O Escritório Regional para a América do Sul da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos publicou, neste sábado (19/8), uma nota em que pede a investigação do assassinado da quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete. A líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, na Bahia, foi assassinada com 12 tiros na noite de quinta-feira (17/8).
"A ONU Direitos Humanos convoca o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente, e que sejam respeitados os mecanismos de proteção legal para o amparo das comunidades quilombolas, bem como medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade de Bernadete Pacífico", diz a nota.
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Maria Bernadete Pacífico, de 72 anos, morava em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, na Bahia. Um grupo invadiu a casa dela e fez parentes de reféns, antes de cometer o crime. A motivação pode estar relacionada à atuação em defesa do quilombo e das terras que ocupava.
“Este crime terrível não pode ficar impune. É um lamentável novo exemplo dos perigos que as comunidades quilombolas enfrentam diante da violência daqueles que ameaçam seus territórios e sua cultura”, disse Jan Jarab, representante da ONU Direitos Humanos na América do Sul.
Mãe Bernadete denunciava amplamente as ameaças de morte que sofria, inclusive, chegou a falar com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, sobre o assunto. O próprio filho da quilombola, Binho, de 36 anos, também foi assassinado, em 2017, depois de deixar o filho na escola. Até hoje, o caso está em aberto.
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