O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, na sessão desta terça-feira, pela descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. De acordo com o magistrado, dados científicos afirmam que por ser um entorpecente mais leve que outras drogas, não causa prejuízos ao sistema público de saúde.
O Supremo julga o artigo 28 da Lei de Drogas, que determina que é crime adquirir, guardar e transportar substâncias consideradas ilegais. Em 2015, o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, votou pela descriminalização total. Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin também votaram, mas para descriminalizar apenas a maconha. Com o voto de Moraes, o placar fica em 4 a 0 pela descriminalização da maconha.
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- Moraes vota pela descriminalização do porte de maconha para uso pessoal
Moraes apresentou dados de julgamentos realizados em São Paulo, onde, conforme salientou, pessoas foram condenadas de maneira diferente em relação ao porte de maconha. O ministro afirmou que pessoas das camadas mais pobres da sociedade foram condenadas mais facilmente por tráfico de drogas, mesmo que levassem a mesma quantidade da droga encontrada de posse de pessoas com maior poder aquisitivo.
Segundo o ministro, a Corte deve fixar uma quantidade exata de maconha para diferenciar o usuário do traficante, a fim de evitar o encarceramento por uso de pequenas quantidades de droga. "Lotamos nossos presídios com jovens analfabetos ou de primeiro grau incompletos. Quanto mais velho você seja, e tenha mais instrução, mais difícil ser caracterizado como traficante", avaliou.
Quantidade
Após a manifestação de Moraes, o julgamento foi suspenso, a pedido de Gilmar Mendes, que avaliará a sugestão de quantidade máxima a ser portada pelos usuários. O tema deve ser retomado nas próximas semanas. A presidente do STF, ministra Rosa Weber, pediu que o tema seja devolvido com celeridade para continuidade da análise do caso pelo Plenário, pois gostaria de votar antes de setembro, quando se aposenta.
O ministro Cristiano Zanin, que toma posse hoje na Corte, também poderá participar da votação, uma vez que o antecessor, Ricardo Lewandowski, não tinha se manifestado sobre o assunto.
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