Minas Gerais

Polícia pode responsabilizar mais pessoas no caso de jovem estuprada

Investsigação vai indicar se outras pessoas podem ser responsabilizadas pelo estupro de jovem deixada na rua por motorista de aplicativo em Belo Horizonte

Pedro Faria - Estado de Minas
postado em 01/08/2023 19:28 / atualizado em 03/08/2023 00:31
Homem andou por cerca de três quilômetros com a mulher nos ombros -  (crédito: EM Gerais)
Homem andou por cerca de três quilômetros com a mulher nos ombros - (crédito: EM Gerais)

O estupro da jovem de 22 anos, no último domingo (30), no bairro Santo André, região Noroeste de Belo Horizonte, segue sendo pauta para a Polícia Civil. Fontes ouvidas pela reportagem do Estado de Minas indicaram que as investigações vão buscar entender a participação de outras pessoas no ocorrido. 

A jovem foi colocada em um carro de aplicativo e mandada para casa por um amigo. Ela estava em um evento no Mineirão e teria ingerido uma grande quantidade de álcool. Ela acabou adormecendo no veículo e, ao chegar no local, o motorista não conseguiu contato com o irmão da vítima. Ele optou por deixá-la no meio da rua. Minutos depois ela foi raptada pelo suspeito, de 47 anos.

Os investigadores entendem que houve uma sucessão de erros que culminaram no estupro da mulher. A sequência das investigações vão elucidar se o motorista do carro de aplicativo e até mesmo os amigos que a colocaram no veículo podem ser responsabilizados de alguma maneira.

Até o momento, nenhuma das partes foi ouvida. O suspeito, após ser preso no domingo (31), negou o crime e optou por ficar calado durante seu depoimento na Delegacia. 

Motorista é suspenso de aplicativo

A 99, empresa na qual o motorista prestava serviços quando pegou a corrida com a jovem, emitiu um comunicado nesta terça-feira (1/8) dizendo que o condutor foi suspenso da plataforma. "A 99 lamenta o ocorrido após a conclusão da corrida. A empresa esclarece que fez o bloqueio preventivo do motorista e que aguarda que a polícia esclareça fatos e responsabilidades, estando à disposição para colaborar com a investigação", diz a nota.

Relembre o caso 

No sábado (29/7), a jovem estava em um evento de pagode no Mineirão, na Região da Pampulha, quando, por volta das 2h, decidiu ir embora. A mulher teria ingerido grande quantidade de bebida alcoólica e, na volta do show, os amigos dela a colocaram, sozinha, em um carro de aplicativo e compartilharam a localização da viagem com o irmão dela.

Ela chega na casa do irmão por volta das 3h10. Após tocar o interfone algumas vezes e não conseguir contato, o motorista, com a ajuda de um motociclista que passava na rua, retira a jovem do carro e a deixa encostada em um poste enquanto fica mais alguns minutos tentando tocar o interfone, sem resposta. Às 3h16, a jovem, que estava sentada no passeio, cai deitada no chão. Alguns segundos depois, o motorista dá partida no carro e vai embora deixando a jovem desacordada no chão. O irmão teria dormido durante o tempo do trajeto.

Por volta das 3h22, as câmeras registram o momento em que outro homem aparece na rua. Ele observa o movimento e, às 3h24, coloca a mulher nos ombros e a carrega por alguns quarteirões do bairro. Cerca de 15 minutos depois, por volta das 3h36, câmeras de outros pontos do bairro flagram o homem ainda caminhando com a jovem nas costas.

A vítima foi encontrada desacordada e seminua no campo do Grêmio Mineiro. Ela foi encaminhada por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Municipal Odilon Behrens, na Região Noroeste da capital, onde foi constatado o estupro.

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