Justiça

Facebook é condenado em R$ 20 milhões por vazamento de dados de brasileiros

Brasileiros lesados vão receber a quantia por danos morais coletivos e a empresa vai desembolsar R$ 5 mil por danos morais individuais a cada usuário da ação que usava a rede social entre 2018 e 2019

Camilla Germano
postado em 01/08/2023 11:35 / atualizado em 01/08/2023 16:53
O processo foi movido pelo Instituto de Defesa Coletiva -  (crédito: Alexander Shatov/Unsplash)
O processo foi movido pelo Instituto de Defesa Coletiva - (crédito: Alexander Shatov/Unsplash)

A Justiça de Minas Gerais, por meio da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, condenou o Facebook em duas ações pelo caso de vazamento de dados das redes sociais Messeger e Whatsapp, que ocorreram entre 2018 e 2019.

A condenação será no valor de R$ 20 milhões por danos morais coletivos e a empresa ainda precisará desembolsar R$ 5 mil por danos morais individuais a cada usuário da ação. O processo foi movido pelo Instituto de Defesa Coletiva.

Na época analisada na sentença, hackers conseguiram acesso a dados de 15 milhões de pessoas como nome, telefone e e-mail. Além disso, outras 14 milhões tiveram mais dados acessados como gênero, localidade, idioma, status de relacionamento, religião, cidade natal e data de nascimento, os dispositivos usados para acessar o Facebook, educação, trabalho e os últimos dez locais onde estiveram ou nos quais foram marcados.

Meses depois desse vazamento identificado, hackers tiveram acesso a 22 mil senhas e detalhes da movimentação de mais de 540 milhões de usuários, de acordo com o processo.

"Cumpre registrar que a ocorrência de tal episódio era previsível em se tratando deste tipo de atividade e, mesmo diante da qualidade e de mecanismos de segurança que o réu deve oferecer, tal constatação não afasta a conclusão de que o sistema é vulnerável. E a falha desse sistema deve ser atribuída a quem dele usufrui como fonte de lucro. É o chamado risco da atividade, não havendo que se falar em culpa exclusiva de terceiro", afirmou o juiz José Maurício Cantarino Villela, responsável pela ação.

Ao Correio, a assessoria se pronunciou dizendo: "A empresa ainda não foi formalmente intimada sobre a decisão".

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