Uma estudante da universidade Mackenzie, em São Paulo, está sendo investigada por supostamente desviar R$ 62 mil de uma associação atlética da instituição de ensino. A jovem seria responsável pela tesouraria dos jogos universitários de um curso que reúne estudantes de diversas cidades para competições esportivas. A menina teria juntado o montante com o valor que lhe foi pago para comprar camisetas, bonés e canecas — que são vendidos para arrecadar fundos para a realização dos jogos.
Ao Correio, a advogada dos alunos supostamente lesados, Simone Haidamus, disse que a jovem pedia aos colegas para transferirem o valor das compras para sua conta pessoal, alegando que a conta oficial da atlética estaria bloqueada: "Ninguém nunca desconfiou". O desvio só foi descoberto quando a atlética trocou de gestão, em setembro do ano passado, e descobriu um "rombo" no orçamento. A menina teria, então, confessado o que fez aos colegas, durante uma reunião. Mais de mil alunos teriam sido prejudicados, afirma Simone.
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À época, os alunos preferiram não levar o caso à polícia, já que a menina afirmava que iria pagar e prometia até acertas as contas diretamente com alguns fornecedores. "Eram todos amigos. O pessoal propôs várias vezes para ela ir pagando", afirma a advogada.
Em seguida, a menina teria viajado para fazer um curso na Disney, onde permaneceu até março deste ano. "Não é possível afirmar que ela usou o dinheiro desviado para isso", declara a advogada.
Às vésperas dos jogos, que ocorrem entre agosto e setembro, os jovens resolveram levar o caso ao 4º distrito da Policia Civil de São Paulo. "Eles ainda recebem cobranças de fornecedores que eles nem sabiam que existiam", afirma a advogada. Segundo Simone, na próxima semana a presidente da atlética deverá depor sobre o caso e a acusada também será chamada.
Direitos de resposta e manifestação
O Correio entrou em contato com a defesa da jovem, que emitiu uma nota. Leia abaixo na íntegra.
"Esclarecemos que sempre houve uma postura proativa e contínua de prestação de contas por parte da jovem injustamente acusada. Ela ainda não foi oficialmente notificada e ficou sabendo do inquérito pela imprensa. A atual gestão da Atlética Mackenzie se recusa a aceitar o valor apurado pela gestão de 2022, com relação ao INTERFAU (Jogos Universitários das Universidades de Arquitetura e Urbanismo do Estado de São Paulo), realizado de 3 a 11 de setembro de 2022, por discordar desse valor e se recusa a assinar um recibo de quitação (recebimento para guarda). Esse valor sempre esteve disponível para o repasse.
A conta pessoal da jovem era utilizada com conhecimento e anuência da presidente da gestão 2022 para economizar taxas bancárias e evitar a prática das gestões anteriores de pagamento único e exclusivamente em dinheiro vivo.
Como a campanha difamatória deixou claro, a jovem não confia na índole da atual gestão e só fará o pagamento mediante aceite formal e assinatura de recibo de quitação. Ou em juízo. Ela nunca se utilizou desse dinheiro.
Sobre a Disney, só há fato concreto: ela foi selecionada no Programa de Intercâmbio do parque temático em Orlando (EUA) e, com a ajuda de amigos e parentes, além do próprio salário, viajou e passou uma temporada (de 28 de novembro de 2022 até 16 de fevereiro de 2023) trabalhando muito no Parque".
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo respondeu em nota que o 4º Distrito Policial (Consolação) "instaurou inquérito, intimou as partes envolvidas e testemunhas para prestar esclarecimento sobre os fatos".
A universidade Mackenzie também se manifestou por meio de nota alertando que não mantém vinculo com a atlética, logo, não tem responsabilidades sobre o caso. Leia a nota na íntegra:
"As Associações Atléticas, cada uma com CNPJ próprio, promovem atividades esportivas em conformidade com seus respectivos regramentos. Neste sentido, a Universidade Presbiteriana Mackenzie não tem responsabilidade sobre a organização e realização do evento 'InterFau'. O nome apresentado pelo órgão de imprensa não mantém vínculo com esta universidade".
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