No evento "Brasil quilombola: Quantos somos, onde estamos?", do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (27/7), o coordenador nacional da Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Denildo Rodrigues de Moraes, cobrou a presença dos ministros no evento. Ele destacou a importância do mapeamento e disse que a divulgação dos dados tira os quilombolas da invisibilidade.
Segundo o IBGE, 1,3 milhão de pessoas se autodeclaram quilombolas no Brasil. O mapeamento é inédito, pois é a primeira vez que o Censo Demográfico incluiu em seus questionários perguntas para identificar a comunidade quilombola.
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"Hoje é o dia em que estamos tirando da invisibilidade milhares de quilombolas do país", comentou Denildo. "Sentimos falta dos ministros que estão relacionados a essa pauta tão importante e central, porque dias como hoje são históricos ao longo de 523 anos nesse país. Era para os ministros estarem presentes. O Censo para nós é uma conquista de lutas. É importante que a gente avance na construção de políticas públicas. Esses dados vão servir para todos os ministérios que atuam com as políticas quilombolas", completou.
O coordenador do Conaq declarou que, mesmo com os desafios para a coleta de dados, o IBGE e as lideranças quilombolas foram essenciais para a coleta de dados.
Racismo fundiário
E questionou ainda o direito de propriedade das comunidades quilombolas. "É importante quando a gente destaca na questão territorial que nós temos um atraso significativo, e isso é fruto do racismo fundiário no país. Se a gente pegar o resultado dos outros censos, nos veremos de forma nítida que pessoas sem terra no Brasil são negras", finalizou.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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