Ao escutarem que agentes do Conselho Tutelar estavam a caminho do apartamento, localizado na cidade paulista de Ribeirão Preto, duas crianças pularam da janela do segundo andar do prédio. Os pequenos têm seis e nove anos. Com a queda, eles tiveram ferimentos leves e estão em tratamento hospitalar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.
O que motivou os agentes do Conselho Tutelar a irem ao apartamento foram denúncias, feitas por vizinhos, de que os garotos sofriam maus-tratos, abandono e violência doméstica por parte da mãe. Ela argumenta ter deixado as crianças sozinhas em casa, porque havia ido trabalhar.
A mãe também diz ter tentado, sem sucesso, matricular os meninos em uma escola integral. Ela enfatizou, inclusive, ter acionado o Conselho Tutelar para isso.
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Constatação das denúncias
O Conselho Tutelar de Ribeirão Preto constatou as denúncias feitas pelos vizinhos. “Tudo o que nós fomos apurar foi constatado, e as crianças pularam do segundo andar do prédio. As crianças estavam em cárcere privado", diz a conselheira tutelar Marlene Colombo, em entrevista ao portal G1.
Vão ficar com a tia
O Conselho Tutelar vai retirar a guarda da mãe dos meninos, que vão ficar sob custódia da tia. Isso ocorrerá porque a mãe é divorciada do pai das crianças e ele não mora em Ribeirão Preto.
O menino mais velho já está com a mulher. O mais novo ainda vai passar por uma cirurgia no pé, devido à queda, e será entregue à tia assim que sair da UPA, onde está internado.
A conselheira afirma que não percebeu a intenção das crianças de pular da janela enquanto falava com elas.
“Quando chegamos, batemos na porta, para que ela fosse atendida pela genitora, que não estava no momento. A identificação é muito tranquila para o órgão. Eu acredito que as crianças se assustaram porque temos a informação de que a própria mãe já as amedrontava dizendo que ia entregá-las para o conselho. Acho que foi aí que, de alguma forma, eles acharam que iam ser levados pelo conselho”, diz Marlene.
Delegacia
O caso foi levado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). O Correio contatou tanto a polícia de São Paulo como o Conselho Tutelar de Ribeirão Preto e aguarda mais detalhes sobre o assunto.