O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), da Organização das Nações Unidas (ONU), junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançou o edital Sertão Vivo. A iniciativa colocará cerca de R$ 1 bilhão no desenvolvimento de projetos de segurança alimentar e de adaptação às mudanças climáticas em quatro estados do semiárido nordestino. Até quatro propostas serão escolhidas.
O lançamento ocorreu na última terça-feira (18/7), na sede do Consórcio Nordeste em Brasília, e contou com a presença da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, representando o grupo, além do presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do Fida, Álvaro Lario, e do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
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Segundo Lario, o projeto deve atender mais de 1 milhão de pessoas em 84 mil hectares e é voltado para a agricultura familiar, incluindo comunidades tradicionais e povos indígenas. Os grupos devem ter a composição de 40% de mulheres e 50% de jovens. Será oferecido capacitação para aumentar a resiliência dos sistemas de produção agrícola, conservar recursos hídricos e restaurar ecossistemas degradados.
“O Fida está muito satisfeito e honrado em ter o BNDES como seu novo e grande aliado para o desenvolvimento no semiárido nordestino, principalmente em valorizar e galvanizar a atenção internacional ao bioma caatinga, único e exclusivo do Brasil. Com isso, esperamos uma maior atenção para esse importante bioma brasileiro”, disse o presidente do Fida.
Números
Os selecionados terão apoio direto reembolsável (pagando de volta ao BNDES) e não reembolsável (com dinheiro usado para investimentos sem a necessidade de devolução). A parcela não reembolsável será empregada na instalação de 21 mil cisternas e de 16 mil unidades para tratamento e reuso de águas residuais domésticas. Há planos de expandir o programa para os nove estados do Nordeste.
A maior parte dos recursos virá dos US$ 129,5 milhões (cerca de R$ 630 milhões pela cotação atual), repassados pelo Fida ao BNDES. Os estados selecionados e o BNDES acrescentarão, juntos, mais US$ 73 milhões, cerca de R$ 350,4 milhões, como contrapartida, totalizando quase R$ 1,05 bilhão.
“O que estamos fazendo aqui é construir as bases para proteger a Terra, mas sobretudo para proteger os mais pobres do agravamento da crise climática que se avizinha. Estamos nos preparando para as adversidades e mostrando que o BNDES sabe criar, sabe inovar, sabe fazer”, afirmou Mercadante.