A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou, nesta quinta-feira (13/7), a oferta de bolsas de doutorado e pós-doutorado no exterior para mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas. Segundo ela, iniciativa se chamará Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, com previsão de investimento de R$7 milhões.
O projeto é resultado de uma parceria da pasta com os ministérios de Ciência e Tecnologia; das Mulheres; dos Povos Indígenas; e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ao todo, serão oferecidas cerca de 45 bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutorado no exterior. Poderão concorrer mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas regularmente matriculadas em curso reconhecido pela Capes, ou que tenham concluído programa de pós graduação reconhecido pela CAPES em qualquer área de conhecimento.
O anúncio foi feito nesta manhã, em um café com parlamentares negras, em Brasília, e será divulgado formamelmente em 20 de julho, em Belém (PA). Participaram do encontro as deputadas Talíria Petrone (Psol-RJ), Reginete Bispo (PT-RS), Dandara Tonantzin (PT-MG), Carol Dartora (PT-PR) e Gisela Simona (União-MT).
“Neste mês de julho a gente celebra o dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, também é o mês que lembramos o nascimento de Marielle Franco e que bom que a gente está aqui se aquilombando neste café, que será o primeiro de muitos”, disse Anielle Franco.
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Educação e Inclusão
Ainda na área de educação, o ministério deve assinar um protocolo de intenções com a Universidade de Brasília (UnB), para oferecer bolsas de mestrado para sete estudantes no programa de pós-graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais da Universidade de Brasília (UnB).
A pasta também anunciou o Caminhos Amefricanos — Programa de Intercâmbio Sul-Sul, que visa estimular a socialização de conhecimentos, de experiências e de políticas públicas que contribuam com o combate e superação do racismo no Brasil por meio de experiências de curta duração no exterior em países africanos, latino-americanos e caribenhos. Essa iniciativa será lançada em 31 de julho, no Maranhão.
O ministério também anunciou o lançamento da política de Promoção de Saúde Psíquica e Social para mulheres negras vítimas de violência de Estado. Foram selecionados os três municípios com maiores taxas de homicídio de jovens negros, de acordo com dados do Fórum brasileiro de Segurança Pública e agenda de priorização do Programa Juventude Negra Viva, para implementação de projeto piloto instituindo o fortalecimento de uma rede de atendimento psicossocial de atendimento a mães e familiares vítimas de violência.
As ações do programa vão ser iniciadas em Salvador, Rio de Janeiro e Belém em uma articulação do órgão com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania; Ministério das Mulheres; e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.