A juíza Marcela Raia de SantAnna, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, atendeu a solicitação do Ministério Público e mandou soltar Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo que estava preso acusado de atirar a garrafa que acertou e matou a palmeirense Gabriela Anelli, no último sábado (8/7), no entorno do estádio Allianz Parque, em São Paulo.
Santiago estava preso desde sábado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. A soltura foi expedida e o flamenguista vai, agora, responder em liberdade. Ele havia sido indiciado por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Ela foi enterrada nesta terça-feira (11/7) em cerimônia em Embu das Artes, na Grande São Paulo.
Na decisão, a juíza afirma que Leonardo não é a pessoa, flagrada em vídeo, que atirou a garrafa. Ela menciona imagens que mostram que o homem que lançou uma garrafa em direção aos palmeirenses não se parece fisicamente com Santiago, preso em flagrante deste a noite do último sábado.
"Trata-se de um homem que possui barba, sendo, portanto, fisicamente diferente do autuado, além de vestir camisa clara, diversa da camisa do time do Flamengo que o autuado vestia quando foi preso", afirma a magistrada na decisão, concordando com o promotor Rogério Leão Zagallo, do Ministério Público de São Paulo, e com o advogado Renan Bohus, responsável pela defesa de Santiago.
"Ficou mais do que provado que tinham outras pessoas tacando garrafa. Uma destas pessoas, inclusive, tinha barba. E o Leonardo Santiago não tem barba. Isso é possível ver no vídeos", explicou o advogado ao Estadão.
Juíza também tirou caso de delegado que disse que Leonardo confessou crime
A juíza também determinou que o caso passe a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e não mais pela Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). Ela criticou o delegado da DHPP, Cesar Saad, que conduzia o caso e que teria confirmado a confissão de Leonardo ao Estadão. Segundo ele, o homem disse, em conversa informal com os policiais, ter atirado a garrafa que feriu e matou Gabriela.
No entanto, em depoimento oficial, Santiago deu outra versão. Ele disse que palmeirenses jogaram rojões em direção à torcida do Flamengo e que, como revide, lançou pedras de gelo na torcida rival, "mas essas eram muito pequenas e sequer atingiram a barreira".
Saad havia afirmado que o flamenguista foi preso com base em depoimento de testemunhas. "As provas testemunhais descrevem até a roupa que ele estava usando. Na delegacia ele confessou que jogou a garrafa. Todas as testemunhas que estavam lá, apontaram ele como autor", havia declarado o delegado da Polícia Civil.
*Com informações da Agencia Estado