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Ministério da Saúde anuncia que vacina contra a pólio será injetável

Segundo a pasta, a substituição da vacina foi debatida de forma ampla pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI). A transição começará no primeiro semestre de 2024

O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (7/7), que irá substituir de forma gradual a aplicação da vacina contra a poliomielite, da atual, em gotas, pela injetável. A vacina oral foi introduzida no Brasil na década de 1960. Entretanto, a mudança na aplicação não vai retirar o Zé Gotinha das campanhas de vacinação - personagem criado em 1986 para ajudar na divulgação da vacina e erradicação da poliomielite. Crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de imunização.

Segundo a pasta, a substituição da vacina foi debatida de forma ampla pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI) que levou em consideração as evidências mais recentes no combate à poliomielite. Desde 2016, o esquema vacinal das crianças com menos de cinco anos consiste em um esquema primário, com vacina de vírus inativado de três doses —aos dois, quatro e seis meses. Já o reforço é feito aos 15 meses e aos quatro anos de idade, com a vacina oral de vírus atenuado, a famosa vacina "da gotinha".

"É importante reforçar que essa atualização não representa o fim imediato do imunizante na versão popularmente conhecida como 'gotinha' e sim um avanço tecnológico para maior eficácia do esquema vacinal que será feito após um período de transição", afirmou a pasta.

A vacina contra a paralisia infantil é administrada em dois formatos diferentes: injetável e em gotas. A Vacinação Inativada Poliomielite (VIP) é um imunizante trivalente injetável em três doses aplicadas em bebês de 2 meses (1ª dose) e a partir de 4 anos (2ª dose). A doença, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas.

Novo esquema vacinal

Além da atualização do imunizante, o Ministério da Saúde também anunciou a criação de um calendário de vacinação especial e regionalizado. A ideia é que equipes do Ministério viagem aos estados para analisar dados, locais e definir estratégias para monitorar o processo da vacinação. Para aperfeiçoar o planejamento mais de 151 milhões serão repassados para estados e municípios.  

A partir de 2024, a vacinação contra a poliomielite funcionará da seguinte maneira:

Primeira dose: vacina injetável aos 2 meses de vida
Segunda dose: vacina injetável aos 4 meses de vida;
Terceira dose: vacina injetável aos 6 meses de vida;
Quarta dose: vacina injetável aos 15 meses de vida;

Alto risco da volta da poliomielite

No mês passado, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o Brasil precisa reforçar a cobertura vacinal contra a poliomielite para evitar que a doença volte a circular no país. “Não temos ainda essa força que precisamos ter e o Senado é fundamental para que a vacinação volte a ser o orgulho do nosso país, como já foi".

A ministra disse ainda que nos últimos anos a cobertura vacinal sofreu uma queda. "Essa baixa das coberturas vacinais se agravou nos últimos quatro anos", afirmou. "Por isso, infelizmente o Brasil passou a fazer parte da lista de países de alto risco para reintrodução de doenças que estavam eliminadas do ponto de vista da circulação dos agentes e vírus que as causavam", completou.

A substituição não é nova, e é pautada no Brasil desde 2011. Ela é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já foi instaurada em diversos países, como nos Estados Unidos e em nações europeias.

* estagiária sob supervisão de Renato Souza

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