CPI das ONGs

Líder do movimento agroindígena denuncia manipulação de ONGs em CPI

Luciene Kujãesage Kayabi disse, em depoimento à CPI, que ONGs estrangeiras enriquecem às custas da riqueza da Amazônia.

Em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs a líder do movimento Agroindígena Luciene Kujãesage Kayabi denunciou que entidades têm atuado para manipular a população indígena. Segundo ela, muitos dos povos estão com “olhos e mentes fechados”. O colegiado tem o objetivo de investigar o uso de recursos públicos para ONGs, e OSCIPs, bem como a utilização de verbas recebidas do exterior, a partir do ano de 2002 até a data de 1º de janeiro de 2023.

“As ONGs têm o poder de manipular o nosso povo. Tem um poder de persuasão tão grande que a maioria do meu povo está de olhos e mentes fechados”, diz Luciene. “As ONGs só trouxeram fome e miséria. Existem aldeias que não passam de 30 indivíduos, porque as doenças não deixam as pessoas aumentarem suas famílias”, disse. Luciene ressalta que ONGs estrangeiras estão enriquecendo explorando recursos da Amazônia, enquanto a população indígena local sofre com a miséria.

Segundo a líder argumentou, o intuito das entidades não é a defesa das florestas. “Eles querem o que está na terra. Nossos minérios. O ouro, o diamante. Estamos sendo praticamente roubados, todo o povo brasileiro, não só os povos indígenas”, argumentou. Para reverter o cenário, Luciene aposta na agricultura indígena como saída. “Queremos ter autonomia”, ressaltou. O colegiado, presidido pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), está em sua quarta reunião. Hoje, além das oitivas, aprovou requerimentos para o andamento dos trabalhos.

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