O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) ofereceu, nesta quinta-feira (27/7), denúncias em dois inquéritos policiais sobre supostas práticas de crimes contra a dignidade sexual no âmbito da Operação Amnom, que investiga os crimes cometidos pelo fundador da Fundação Terra, o Padre Airton Freire, 67 anos. Além do padre, também são investigados funcionários do pároco que estariam envolvidos nos crimes. Freire foi denunciado por cinco pessoas por cometer abusos sexuais com a ajuda de auxiliares.
No último sábado (22/7), Freire, que estava sob custódia da polícia, foi transferido para um hospital de Recife devido a uma crise de hipertensão. A defesa do padre afirmou que o estado de saúde dele é conhecido pelas autoridades judiciais e que a prisão preventiva é contestada "pelos advogados que o defendem por não atender os requisitos previstos em lei".
Em relação às denúncias apresentadas, o ministério informou que manterá seu trabalho institucional criterioso para assegurar a continuidade das investigações e das ações penais. “As medidas cautelares em vigor visam assegurar o ambiente adequado para elucidação dos graves fatos apurados e para resguardar a instrução criminal, assegurando a livre produção de provas, especialmente em processos que, pela natureza dos ilícitos, produzem inequívoca vulnerabilidade em vítimas e testemunhas”, afirmou o MP em nota.
O Correio tenta contato com a Fundação Terra em busca da defesa de Freire. O espaço segue aberto para manifestações e o texto será atualizado em caso de resposta.
Denúncias
O padre tinha sido preso preventivamente na sexta-feira (21/7), após ser acusado por uma mulher de envolvimento em crime de estupro em agosto do ano passado. Segundo informações do jornal Diário de Pernambuco, outras vítimas foram identificadas e há cinco inquéritos policiais abertos contra o padre. O Ministério Público de Pernambuco informou que está sendo realizado "exame criterioso dos elementos de prova até então colhidos".
A denúncia da mulher contra o padre foi feita em outubro de 2022, mas o caso só veio à tona em maio deste ano, quando ela comentou sobre o estupro em um programa jornalístico local. Segundo a mulher, ela frequentava os retiros espirituais organizados pelo padre desde 2019 e que conheceu o religioso quando busca ajuda para tratar uma depressão.
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