Os estados de Roraima e Acre zeraram o índice de quilombolas, segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira (27/7). O mapeamento de quilombolas dentro do Censo Demográfico é inédito no Brasil e foi realizado através de autodeclaração. Em razão disso, há uma grande taxa de subnotificação.
Para levantar os dados, o IBGE organizou uma série de procedimentos para delimitar onde aplicar os questionários e as áreas a serem visitadas. O básico considerado foi a autodeclaração, as comunidades quilombolas registradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e mapas de outros quilombos informados pelas liderança.
- Consulta a líderes: a equipe que organizava o censo fez diversas oficinas com entidades representativas do movimento para entender o que era importante considerar;
- Análise de imagens de satélite para encontrar comunidades quilombolas;
- Trabalho de campo: aplicação de questionário e pergunta sobre autodeclaração;
- Mapeia Quilombo: equipamento para lideranças enviarem mensagens instantâneas com as coordenadas geográficas das comunidades.
Reconhecimento
O Censo Quilombola foi uma grande conquista dos movimentos sociais. Durante a cerimônia de lançamento da pesquisa, Dandara Mendes, do Território Quilombola Conceição das Crioulas, em Pernambuco, expressou a emoção de ter esses dados. "Para a gente foi de extrema importância falar: 'Estamos contando quilombolas'. Tocou muito a gente. Pessoas que ouviram a pergunta, perguntaram: 'Já vai contar quilombola?' E essas pessoas puderam ser contadas, a maioria das pessoas que souberam que poderiam ser contadas se sentiu privilegiada e nem deveria."
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Ela ainda completou que há muita subnotificação: "A gente é grato por isso, a gente sabe que esse 1 milhão vai além porque muitos não foram contados". Já Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais do IBGE, afirmou estar "orgulhoso" do trabalho feito para mapear as comunidades quilombolas que não estavam registradas.
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