Nesta quinta-feira (27), o IBGE, revelou que Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se autodeclaram quilombolas. Foram identificados 494 territórios quilombolas oficialmente delimitados, presentes em 24 estados e no Distrito Federal, que abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas (82,16%) e 36.316 (21,72%) não quilombolas.
Assim, 12,6% dos quilombolas do país residiam em territórios oficialmente delimitados e 87,4% encontravam-se fora de áreas formalmente demarcadas e reconhecidas. Mais da metade (53,4%) da população quilombola residente em territórios delimitados vivia no Nordeste, totalizando 89.350 pessoas. No entanto, esse número corresponde a apenas 9,9% dos quilombolas presentes nesta região.
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O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, comentou que o IBGE trabalhou em parceria com as lideranças quilombolas e com a coordenação nacional da Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) para realizar o Censo 2022. “O IBGE fez um mapeamento inédito das comunidades quilombolas do país. Para chegar a esse número, o censo quilombola foi feito seguindo convenções importantes, seguiu a convenção da OIT que recomenda consulta às lideranças em todas as etapas do processo de pesquisa.”
Dandara Mendes, do Território Quilombola Conceição das Crioulas localizado no município de Salgueiro, em Pernambuco, afirmou que as pessoas quilombolas se sentiram privilegiadas. "Para a gente foi de extrema importância falar: estamos contando quilombolas e tocou muito a gente. A maioria das pessoas que souberam que poderiam ser contadas se sentiu privilegiada e nem deveria. A gente é grato por isso, a gente sabe que esse 1 milhão vai além porque muitos não foram contados."
Por estado
O IBGE mapeou que a região Norte tem 31,3% de sua população quilombola residindo em territórios delimitados, a maior proporção entre as cinco grandes regiões. Um total de 52.012 quilombolas, ou 31,1%, vive em territórios delimitados formalmente no país.
Os estados com as maiores proporções de quilombolas em territórios delimitados são Amazonas (45,43%), Sergipe (45,24%) e Mato Grosso do Sul (44,97%). Os percentuais mais baixos são de Alagoas (1,83%), Minas Gerais (3,38%) e Bahia (5,23%).
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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