Apesar da fama mundial dos brasileiros como um povo que gosta de curtir festas, churrascos, encontros com a família e afins, um levantamento — realizado pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) — mostra uma população tupiniquim bem diferente do senso comum. Segundo o estudo, mais da metade dos brasileiros — cerca de 55% da população — não bebe álcool.
Os dados foram divulgados pela publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2023 e entrevistou 1.983 pessoas. Para a amostra nacional, a margem de erro foi de no máximo 2 pontos percentuais, com 95% de intervalo de confiança. Além disso, os dados foram projetados para o total da população com 18 anos ou mais.
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Quando analisada a faixa etária em relação ao não consumo de álcool, 71% dos entrevistados tinham mais de 60 anos, 57% entre 45 e 59 anos, 57% entre 35 e 59 anos, 47% entre 25 e 34 anos; e 46% entre 18 e 24 anos.
Na análise de gênero, foi notado que 64% das mulheres brasileiras não bebem, sendo 45% para homens.
Além disso, a religião se provou um fator determinante para beber ou não álcool. Segundo a pesquisa, 73% dos evangélicos, 49% católicos e 45% que listaram outras religiões ou nenhuma não consomem nenhum tipo de álcool.
Recortes para o consumo de bebidas alcoólicas
A pesquisa estabeleceu três critérios do consumo de bebidas: os abstêmios (que não bebem), os moderados e os abusivos. O consumo abusivo é considerado a partir da ingestão de seis ou mais doses por ocasião e 17% dos brasileiros se enquadram nesta categoria enquanto 27% se consideram moderados.
No recorte de gênero, o consumo moderado é 31% e 24% para homens e mulheres respectivamente, enquanto 23% dos homens e 12% das mulheres admitem ter um consumo abusivo.
Sobre a quantidade de álcool, os resultados apontaram que 43% dos brasileiros entrevistados consideram 1 a 2 doses de álcool por dia como sendo consumo moderado, seguido de 18% que consideram 3 a 4 doses e 8% que considera 5 a 6 doses.
A pesquisa considerou como uma dose padrão o critério brasileiros de ser 14 gramas de álcool puro, o equivalente a 350 ml de cerveja ou 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado.
Frequência que o brasileiro consome álcool
Com relação à frequência do consumo de álcool, a maior parte dos brasileiros entrevistados afirma nunca consumir bebidas alcoólicas. Já entre os que consomem, 20% afirmam ingerir uma vez por semana ou a cada 15 dias, 14% bebem uma vez por semana e 7% de duas a quatro vezes por semana. Apenas 3% dos entrevistados disseram consumir cinco vezes ou mais por semana.
A pesquisa também mostrou que os jovens (18-24 anos), são os que mais bebem uma vez por mês ou menos (20%). Já os que mais bebem de duas a quatro vezes por semana, equivalente a 9%, são os adultos jovens (25-34 anos).
Com relação ao consumo abusivo, a maior porcentagem pratica esse tipo de consumo uma vez por mês ou menos.
Consumo de bebidas em determinadas ocasiões
Nas ocasiões em que as pessoas bebem, a maior parte dos entrevistados (39%), consomem 1 a 2 doses por ocasião. Já entre as mulheres, essa porcentagem sobe para 43%. Entre os que consomem, 3 a 4 doses, o percentual é igual entre homens e mulheres, sendo 24%. Desse modo, a maior parte dos entrevistados (63%) consome até 4 doses por ocasião.
Com relação ao consumo abusivo em determinadas ocasiões, a porcentagem de homens que declaram consumir no padrão considerado abusivo foi expressiva. 16% declararam ingerir de 5 a 6 doses, 5% de 7 a 9 doses e 18% consomem em média 10 ou mais doses. Entre as mulheres, o número é menor: 12%, 2% e 12% respectivamente.
A faixa etária de 60 anos é a que pratica o consumo abusivo com mais frequência: 17% afirmam consumir seis ou mais doses duas a quatro vezes por semana e 9% o fazem cinco vezes por semana ou mais.
75% dos consumidores abusivos acreditam que são consumidores moderados. Os dados se referem à frequência do consumo abusivo entre os entrevistados que se declararam consumidores de bebidas alcoólicas.
A pesquisa notou que os consumidores abusivos tendem a não se reconhecer como tal e também não se veem como suscetíveis aos riscos que o consumo abusivo traz.
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