EUA nega extradição de pilotos que se envolveram no acidente com voo da Gol

Queda do avião matou 154 pessoas, em 2006, sendo um dos mais graves da história do setor aéreo no país

Renato Souza

postado em 18/07/2023 23:19

O avião que levava Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, chegou ao aeroporto de Brasília no início da manhã deste sábado (14). Um mandado de prisão foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

O governo dos Estados Unidos negou a extradição dos pilotos norte-americanos — Joseph Lepore e Jan Paul Paladino — que foram condenados pela Justiça brasileira por responsabilidade pelo acidente com Boeing 737 da companhia GOL, em setembro de 2006. A queda do avião matou 154 pessoas.

• Avião da Gol registra emergência durante voo e retorna para Confins
• PF instaura inquérito para apurar racismo contra mulher expulsa de voo

Autoridades dos EUA entenderam que o acordo bilateral entre os dois países não permite extradição neste caso. A informação foi revelada pelo R7 e confirmada pelo Correio junto às autoridades brasileiras. De acordo com as investigações, o jato Legacy, pilotado por Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, estava com o transponder desligado. O equipamento é um dos mecanismos que ajuda na localização do avião e evita choque entre duas ou mais aeronaves em voo.

Ambos foram condenados pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo, na modalidade culposa, e na forma qualificada. Fontes do Ministério da Justiça, ouvidas sob a condição de anonimato pela reportagem, afirmam que a decisão dificilmente será revertida.

Os consultados avaliam que o governo brasileiro falhou, em 2006, ao deixar que os pilotos deixassem o Brasil mesmo diante de fortes evidências da responsabilidade deles no acidente. O voo saiu de Manaus (AM), teria uma escala em Brasília, com o destino final no Rio de Janeiro. No entanto, caiu em Mato Grosso, após contato no ar com o Legacy. O jato realizou um pouso forçado e no caso do avião menor, mesmo com na asa, ninguém se feriu.