Tráfico Internacional

PF faz operação contra tráfico de cocaína escondida em cargas de madeira

Segundo a PF, durante a operação estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão

Henrique Fregonasse*
postado em 13/07/2023 20:28
O grupo escondia carregamentos de cocaína em cargas de madeira direcionadas à exportação pelo Porto de Paranaguá -  (crédito: Divulgação/Polícia Federal)
O grupo escondia carregamentos de cocaína em cargas de madeira direcionadas à exportação pelo Porto de Paranaguá - (crédito: Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal (PF), em parceria com a Receita Federal, realiza, nesta quinta-feira (13/7), a operação Woodpecker, que mira uma quadrilha suspeita de tráfico internacional de drogas. Segundo investigações da PF, o grupo escondia carregamentos de cocaína em cargas de madeira direcionadas à exportação pelo Porto de Paranaguá (PR).

Segundo a PF, durante a operação estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão em endereços situados nas cidades de Paranaguá (PR), Pontal do Paraná (PR), Balneário Camboriú (SC) e Guarujá (SP). Medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos indivíduos investigados também foram decretadas.

Pelo menos cinco apreensões de drogas vinculadas à atuação dos suspeitos — totalizando mais de três toneladas de cocaína — foram contabilizadas pela investigação.

Segundo a PF, os investigados pela operação responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para fins de tráfico, com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão.

A Operação Woodpecker

De acordo com a PF, o grupo atuava vinculado a uma empresa responsável pelo transporte de contêineres com cargas de madeira até o Porto de Paranaguá, para a exportação. De acordo com as investigações, os suspeitos manipulavam os agendamentos de entrada de caminhões da empresa no porto para retardar o descarregamento dos contêineres.

Durante o tempo ganho no atraso no descarregamento, os paletes de madeira eram levados a outros locais, onde eram abertos e desmontados. A partir disso, compartimentos eram feitos serrando as tábuas de madeira, nos quais a droga era escondida, e os paletes eram remontados. Após o preparo da carga, o contêiner era transportado ao porto para seguir rumo ao exterior.

De acordo com a PF, o método criminoso prejudica o comércio exterior e as empresas que atuam nessa atividade, por danificar carga lícita para a alocação da droga.

Ainda segundo as investigações, alguns dos integrantes da quadrilha realizavam aplicações no setor imobiliário com o dinheiro proveniente dessas operações de tráfico internacional. O mais comum era a compra e construção de imóveis, na tentativa de lavar o dinheiro com rendimentos mensais de aparência lícita.

O nome da operação, Woodpecker, é a palavra em inglês para a ave pica-pau, que faz alusão à necessidade dos oficiais de procurarem pelas drogas dentro da madeira. O pica-pau é famoso pelo hábito de construir ninhos no alto de árvores ocas e bicar seus troncos em busca de insetos, dos quais se alimentam.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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