CRIME NO ESPORTE

Justiça manda soltar flamenguista acusado pela morte de torcedora

Juíza que determinou soltura ainda criticou delegado do caso e disse que as imagens mostram um homem diferente

Correio Braziliense
postado em 12/07/2023 17:16 / atualizado em 13/07/2023 23:03
Gabriela Anelli torcedora do palmeiras morta -  (crédito: Reprodução redes sociais)
Gabriela Anelli torcedora do palmeiras morta - (crédito: Reprodução redes sociais)

A juíza Marcela Raia de SantAnna, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, atendeu a solicitação do Ministério Público e mandou soltar Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo que estava preso acusado de atirar a garrafa que acertou e matou a palmeirense Gabriela Anelli, no último sábado (8/7), no entorno do estádio Allianz Parque, em São Paulo.

Santiago estava preso desde sábado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. A soltura foi expedida e o flamenguista vai, agora, responder em liberdade. Ele havia sido indiciado por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Ela foi enterrada nesta terça-feira (11/7) em cerimônia em Embu das Artes, na Grande São Paulo.

Na decisão, a juíza afirma que Leonardo não é a pessoa, flagrada em vídeo, que atirou a garrafa. Ela menciona imagens que mostram que o homem que lançou uma garrafa em direção aos palmeirenses não se parece fisicamente com Santiago, preso em flagrante deste a noite do último sábado.

"Trata-se de um homem que possui barba, sendo, portanto, fisicamente diferente do autuado, além de vestir camisa clara, diversa da camisa do time do Flamengo que o autuado vestia quando foi preso", afirma a magistrada na decisão, concordando com o promotor Rogério Leão Zagallo, do Ministério Público de São Paulo, e com o advogado Renan Bohus, responsável pela defesa de Santiago.

"Ficou mais do que provado que tinham outras pessoas tacando garrafa. Uma destas pessoas, inclusive, tinha barba. E o Leonardo Santiago não tem barba. Isso é possível ver no vídeos", explicou o advogado ao Estadão.

Juíza também tirou caso de delegado que disse que Leonardo confessou crime

A juíza também determinou que o caso passe a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e não mais pela Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). Ela criticou o delegado da DHPP, Cesar Saad, que conduzia o caso e que teria confirmado a confissão de Leonardo ao Estadão. Segundo ele, o homem disse, em conversa informal com os policiais, ter atirado a garrafa que feriu e matou Gabriela.

No entanto, em depoimento oficial, Santiago deu outra versão. Ele disse que palmeirenses jogaram rojões em direção à torcida do Flamengo e que, como revide, lançou pedras de gelo na torcida rival, "mas essas eram muito pequenas e sequer atingiram a barreira".

Saad havia afirmado que o flamenguista foi preso com base em depoimento de testemunhas. "As provas testemunhais descrevem até a roupa que ele estava usando. Na delegacia ele confessou que jogou a garrafa. Todas as testemunhas que estavam lá, apontaram ele como autor", havia declarado o delegado da Polícia Civil.

*Com informações da Agencia Estado 

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