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Censo 2022: dificuldade para entrevistar afeta os números finais; veja

Recenseadores confirmaram que o país tem, realmente, 195.098.672 habitantes, apesar de a população estar calculada em 203.062.512. Esses mais de 7,9 milhões que fazem a soma final foram obtidos por meio de um cálculo realizado pelo IBGE

Os recenseadores que atuaram no Censo 2022 contaram, efetivamente, 195.098.672 habitantes no país, de uma população calculada em 203.062.512. Os demais 7,9 milhões foram obtidos via dados imputados, tratados estatisticamente, segundo o IBGE. A imputação reflete uma taxa média de não resposta de 4,23% dos domicílios. Já a taxa de recusa ficou em 1,38%.

Houve maior dificuldade de obter a coleta em concentrações urbanas, especialmente em bairros de alta renda, como o Leblon, no Rio de Janeiro; Moema e Consolação, em São Paulo; e Boa Viagem, no Recife — enumerou Cimar Azeredo, presidente interino do IBGE.

"Nesses lugares, a gente teve uma dificuldade, sim, de a população exercer o papel da cidadania. E falta de oportunidade não foi", lamentou.

Segundo Cimar, um grupo de especialistas externos ao instituto está trabalhando, junto com os demógrafos do IBGE, para, em breve, divulgar um relatório avaliando a operação censitária. "Quanto menor a imputação, mais precisão a gente vai ter para análise temática. Para o total de população, não. Para o total de população a gente tem total controle", garantiu Azeredo, que acrescentou:

"Essa cobertura está muito consistente. Se a gente olhar São Paulo, o processo de não resposta está mais concentrado nas áreas urbanas, em locais de alta renda, ou em favelas talvez inacessíveis. Mas, no geral, a gente está bastante contente com esses 8% (de não resposta em São Paulo), sobretudo num censo pós-pandêmico".

São Paulo lidera

No estado de São Paulo, a taxa de não resposta alcançou 8,11% dos domicílios; a de recusa foi de 2,34%. Isso significa que, na população paulista de 44.420.459 pessoas, 40.993.056 tiveram as informações coletadas e 3.427.403 foram imputadas.

No ranking de 20 municípios com maiores taxas de não resposta, todos eram paulistas. Santana do Parnaíba liderou a lista (16,8%), seguido por Itaquaquecetuba (15,7%) e Ribeirão Preto (14,3%).

O estado com a menor taxa de não resposta foi a Paraíba, 1,61%, e apenas 0,57% de recusa.

"O Censo começa em 1º de agosto e a gente já estava em meio a uma campanha eleitoral extremamente polarizada. Algumas vezes, a gente não era atendido porque éramos governo e, num outro momento, não era atendido por críticas que eram feitas na época pelo presidente da República (Jair Bolsonaro) ao IBGE, sobretudo sobre a taxa de desemprego. Isso, de alguma forma, teve impacto", afirmou Cimar.

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