O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou nesta quarta-feira (28/6) uma equipe de servidores da pasta para o Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, para atuar na contenção do surto de sarna entre refugiados afegãos abrigados no local.
Segundo a pasta, em nota, o governo federal vem acompanhando a situação dos refugiados desde o início do ano, com reuniões entre ministérios e outros órgãos públicos. Com o surto da doença, porém, a equipe foi enviada para atuar na "gestão da crise emergencial". A manifestação ocorre um dia após o prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), cobrar que o Executivo federal assuma a responsabilidade pela crise.
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"Sensível à situação no Aeroporto de Guarulhos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) esclarece que vem acompanhando desde o início do ano a situação dos afegãos que chegam ao Brasil. Estão sendo realizadas reuniões interministeriais com diversos órgãos da sociedade civil, das polícias e do poder judiciário para solucionar o problema", escreveu a pasta.
"Diante deste novo quadro de emergência, o MJSP, por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), envia, nesta quarta-feira, grupo de servidores da pasta para trabalharem na gestão da crise emergencial, coordenando e fornecendo o atendimento necessário neste momento", acrescentou o ministério.
Falta de vagas para acolhimento
Refugiados afegãos que não conseguiram vagas nas casas de acolhimento municipais e estaduais, que estão lotadas, estão acampados em situação precária no aeroporto. Eles fogem do regime do Talibã, que tomou o poder no país após a retirada das tropas dos Estados Unidos, em 2021. O governo brasileiro já concedeu visto humanitário aos refugiados, acampados na área pública do aeroporto. Cerca de 200 pessoas estão no local.
Porém, pelo menos 25 foram diagnosticados com escabiose, doença popularmente chamada de sarna. Os casos foram detectados na quinta-feira da semana passada (22) por médicos da prefeitura. Em visita ao local nesta semana, o prefeito Guti declarou que outros refugiados já receberam vistos e ainda devem chegar ao Brasil, e que a gestão local não tem os recursos para atender a todos.
Das 1.059 vagas para acolhimento em São Paulo e Guarulhos, todas estão ocupadas.