SÃO PAULO

Justiça decreta prisão de donos de escola em SP por maus-tratos a crianças

Escola particular infantil Pequiá, localizada em Cambuci, São Paulo, está sendo investigada por maus-tratos que teriam sido praticados por educadoras e pelos donos da instituição

A Justiça de São Paulo decretou, nesta segunda-feira (26/6), a prisão temporária dos donos da escola particular infantil Pequiá, que fica em Cambuci, na zona sul de São Paulo. Eles são Andrea Carvalho Alves Moreira e Eduardo Mori Kawano, porém ainda não foram localizados. O estabelecimento está sendo investigado pela Polícia Civil do estado por maus-tratos contra crianças.

Em nota enviada ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP) informou que "a Polícia Civil realiza diligências para localizar e prender os responsáveis por uma escola infantil, investigada por maus-tratos, na Vila Mariana, após o Poder Judiciário atender ao pedido de prisão feito pela autoridade policial do 6º Distrito Policial". 

Em um vídeo, que circula pelas redes sociais, vê-se o que era para ser um lugar de acolhimento e cuidado, transformar-se em um cenário de tortura: um aluno é amarrado a um poste com a blusa de frio da escola e outras crianças, que teriam urinado na roupa, passando por humilhação verbal por uma das professoras. 

Em outro vídeo, uma mulher grita com uma menina de apenas um ano e oito meses, para que ela guardasse brinquedos. Obedecendo, a criança recolhe os objetos com muito choro. "Fiquei horrorizada. Chorei, chorei, não podia acreditar. Não dava pra acreditar que estava acontecendo isso," disse Carina Pereira, a mãe da menina ao G1. Os maus-tratos, supostamente, também eram praticados pela própria dona da escola.

Os casos foram revelados por uma outra educadora, que conseguiu gravar escondida as violências em que os alunos eram vítimas. Com os registros, ela procurou os pais das crianças e fez a denúncia à polícia. O caso começou a ser investigado desde o começo deste mês. 

A instituição particular já tinha sido denunciada na ouvidoria da Secretaria de Educação de São Paulo em 2016, mas a denúncia não teve avanço por falta de provas. Para o G1,a Secretaria Estadual da Educação informou que abriu um processo administrativo diante das novas denúncias recebidas.

O caso veio à tona justamente hoje, no dia Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura, data de iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como objetivo enaltecer o apoio às milhares de vítimas da tortura no passado e no presente.

A reportagem tentou contato com os donos da instituição, mas não conseguimos resposta a até a publicação da matéria. Em caso positivo, o texto será atualizado. 

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