SÃO PAULO

São Paulo quer ruas aos domingos só para pedestres na Liberdade

Além de melhorar a circulação na área, a Prefeitura quer estimular a maior apropriação do espaço por pedestres e valorizar o comércio local

A Prefeitura de São Paulo abriu consulta pública na quarta-feira para incluir área da Liberdade, na região central da capital, no Programa Ruas Abertas. O projeto Boulevard Liberdade prevê fechamento de cinco ruas para uso exclusivo de pedestres aos domingos e feriados, entre 9 e 22 horas.

Além de melhorar a circulação na área, a Prefeitura quer estimular a maior apropriação do espaço por pedestres e valorizar o comércio local. Em uma segunda fase, o projeto prevê melhorias estruturais das vias, com implementação de canteiros com jardins de chuva e proposição de novas travessias (comuns e elevadas) para quem anda por ali.

A área do projeto - considerando eixo viário, calçadas e praça - tem cerca de 14,5 mil m² (o tamanho de um campo de futebol), e abrange trechos da Rua dos Estudantes, Rua Tomás Gonzaga, Rua dos Aflitos, Rua Américo de Campos (trecho entre a Rua Galvão Bueno e a Avenida da Liberdade) e Rua Galvão Bueno (com acesso a ambulâncias no trecho entre a Rua Américo de Campos e a Rua Barão de Iguape).

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O plano garante, no entanto, a circulação de veículos até o pronto-socorro do Hospital Leforte e exclui dessa operação trechos que impediriam acesso de residentes. Caso aprovada, a operação deverá ser realizada pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Seme) e pela Subprefeitura da Sé. O Programa Ruas Abertas foi instituído em 2016, pelo então prefeito Fernando Haddad (PT). A lei prevê "a destinação temporária ou permanente de trechos de vias públicas, praças e largos para atividades de lazer, esporte, cultura".

No projeto, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) destaca que o trecho delimitado "é reconhecido como memória de diversos grupos étnicos que tiveram importância na construção da cidade e nas últimas décadas abriga grande influência da cultura oriental, que constitui um atrativo turístico e, sobretudo, comercial para a região". Embora o bairro seja muito lembrado pelas marcas da imigração oriental, da década de 1920, antes abrigou quilombos e irmandades religiosas afro-brasileiras (o caminho Glória-Lavapés), que remetem à influência cultural da população negra na capital.

Fluxo

Ainda de acordo com a Prefeitura, o bairro recebe aos fins de semana cerca de 20 mil turistas. O volume de pedestres chega a dobrar em fins de semana, diz uma pesquisa da SMUL.

As vias delimitadas pelo projeto não têm circulação de ônibus. O trânsito é basicamente de veículos particulares ou de logística dos comerciantes locais e fica lento aos domingos, quando há mais circulação de turistas. "Podemos inferir que a dificuldade de circulação de pedestres nas ruas centrais de comércio, principalmente em fins de semana - quando há incentivo para frequentar a região com a feira de comidas típicas e artesanato - prejudica a experiência dos frequentadores do bairro da Liberdade", conclui o documento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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