A Operação Prepori, da Polícia Federal, destruiu maquinários, tratores e um caminhão toureiro usados na extração ilegal de madeira no Parque Indígena do Xingu (PIX), em Mato Grosso. A ação busca combater o desmatamento, corte seletivo e furto de bem da União na região, que abrange os municípios de Feliz Natal, Nova Ubiratã, Paranatinga e União do Sul.
Segundo as investigações, os responsáveis seriam um grupo de madeireiros locais e alguns líderes indígenas. A operação começou após denúncias de extração ilegal de madeira na área do Entre Rios em Nova Ubiratã, e que eles estariam lucrando com a atividade e "impondo silêncio à maioria indígena descontente".
- Ministério da Justiça prorroga o uso da Força Nacional em terras Nonoai
- Militares ganham poder de polícia para enfrentar o garimpo ilegal
- Três ativistas foram assassinados por mês entre 2019 e 2022, diz pesquisa
Em nota, divulgada nesta sexta-feira (23/6), a corporação afirma que a ação no território indígena também é uma reivindicação dos próprios Caciques e Lideranças dos 16 Povos Indígenas do PIX, conforme Carta da 8ª Governança Geral do Território Indígena do Xingu (GGTIX).
Laudos periciais da PF apresentaram imagens de satélite, constatando "grande número de clareiras de extração recente de madeira em uma área degradada total de cerca de 7,8 mil hectares, madeira essa que em valores conservadores equivale a cerca de R$ 170 milhões".
"Além disso, também foram constatadas áreas de extensão equivalente com cicatrizes de queimadas, que também tinham indícios de exploração ilegal de madeira. O prejuízo proveniente da evasão/destruição de recursos florestais somado à degradação ambiental dentro da terra indígena foi valorado em cerca de R$ 1,7 bilhão", diz o comunicado.
As equipes da PF se infiltraram pontos específicos do parque, orientados pelas imagens colhidas pelos satélites do programa Brasil M.A.I.S., e encontraram grande número de esplanadas de madeira com grande volume de toras recém abatidas, pátios de desdobramento de lascas e palanques feitos de essências florestais de grande valor como Itaúba, Morcegueira, Cambará e Angico.