Presa durante uma entrevista de emprego, no Rio de Janeiro, Lívia Ramos de Souza, de 19 anos, foi solta da cadeia na noite de quarta-feira (21/6), após uma decisão judicial. No dia 5 de junho, Lívia e outras 17 pessoas foram detidas pela polícia, que apurava uma falsa empresa de consórcios.
Ela fazia entrevista de emprego em uma das empresas investigadas, a Icon Investimentos. Lívia estava na sede do grupo, até que a polícia chegou e a prendeu por peculato e formação de quadrilha. Segundo a família da vítima, a jovem é inocente.
"Ela viu a vaga na internet. Chegando lá, já colocaram ela para fazer treinamento no computador. Não assinou nada, não chegou a fazer venda e não teve movimento de dinheiro entrando na conta dela, só estava treinando. Eu estava no trabalho e, quando foi 20h, ela me ligou desesperada dizendo que estava presa", contou a mãe de Lívia, Cristiane Pinto, em entrevista ao jornal O Globo.
Após saber da notícia da prisão da filha, Christiane foi à polícia e ouviu do advogado da empresa que todos os jovens seriam soltos. Essa promessa, no entanto, não se cumpriu.
“Quando vi que nada aconteceu, que o habeas corpus foi corrigido e que ela não desistiu na audiência de custódia, rapidamente escolhi um advogado particular para cuidar do caso da Lívia. Primeiro dia de trabalho e não sei nada da empresa, ninguém entende se o juiz não liberar ela”, disse ela, desesperada.
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Alvará de soltura
O alvará de soltura de Lívia foi expedido na noite de quarta, mas a jovem só foi liberada quase 24 horas depois. "Estou abismada. Atendi uma ligação de um número desconhecido e era a voz da Lívia. Perguntei: ‘filha, você está aonde?’ Ela disse que já estava fora do presídio. Que largaram ela e outras duas meninas na porta. Ela me ligou do telefone de um moço, dono de uma barraca, que emprestou o celular”, relatou a mãe, após passar mais de 10 horas na frente do presídio esperando ao lado de outros pais.
Na decisão, o desembargador José Muiños Piñeiro Filho determinou que os jovens, com idades entre 18 e 30 anos, “não prestem serviços para empresas que tenham o mesmo objeto daquela que deu origem ao auto de prisão em flagrante”. Eles terão a prisão preventiva convertida em medidas cautelares e precisarão comparecer ao juízo em até cinco dias.
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