Os sobreviventes do naufrágio de um barco pesqueiro, que submergiu no litoral sul de Santa Catarina na sexta-feira (16/6) após a passagem do ciclone extratropical na região, contam que um kit de sobrevivência alimentar, presente no barco, e rojões ajudaram a permanecerem vivos, mesmo após 30 horas em alto mar em uma boia de emergência. Seis pessoas foram resgatadas pela Marinha e outras duas ainda estão desaparecidas.
"Foi de repente, né? O mar bateu e já virou o barco. De repente já foi tudo embora. Foi muito rápido. Não deu para fazer nada que desse pra se segurar, nós só tentamos nos ajudar para sobreviver", disse o pescador Djalma dos Santos Silva, um dos sobrevientes, ao g1.
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Quando a embarcação naufragou, os pescadores ajudaram uns aos outros a se deslocarem para uma balsa. "Eu fiquei sem força, eu fui o último a ser colocado na balsa, e no momento que conseguimos, já estávamos à procura dos outros três tripulantes e daí não ouvimos mais nada", lembrou o tripulante Luiz Carlos Messias. Segundo ele, essas três pessoas saltaram da embarcação antes do restante da tripulação.
"Eles pularam primeiro. A gente deixou para pular no finalzinho, quando estava afundando a embarcação. Foi muita luta para a gente sobreviver e conseguir pegar a boia. Não deu tempo de nada", contou. Enquanto aguardavam pelo resgate, os sobreviventes utilizaram rojões para chamar a atenção do navio de resgate e um kit de sobrevivência para se alimentar.
No domingo (18/3), um desses três homens foi encontrado com vida, ele se chama Deivid Luiz Monteiro Ferreira,. Alisson da Silva Santos e Diego Silva de Brito seguem desaparecidos e as buscas continuam nesta segunda-feira (19/6).
De acordo com a Marinha, o naufrágio do barco BP Safadi Seif ocorreu a cerca de 40 km de distância da ponta de Garopaba. As buscas estão sendo realizados por barco e helicóptero, também foi solicitado a Força Aérea Brasileira auxílio nas buscas. A Marinha informou que vai instaurar Inquérito Administrativo, com prazo de 90 dias de conclusão, para apurar as possíveis causas e responsáveis do acidente.
O sul de Santa Catarina foi atingido por fortes chuvas desde quinta-feira (15/6) devido a passagem de um ciclone extratropical pelo sul do Brasil. Muitas cidades ficaram alagadas por causa dos temporais. Rajadas de vento chegaram a atingir 100km/h.
Ciclone deixou ao menos 13 mortes no RS
Além de Santa Catarina, o ciclone extratropical também causa impactos no Rio Grande do Sul. A passagem do fenômeno deixou ao menos 13 mortos no estado. Os óbitos foram confirmados nos seguintes municípios: Maquiné (três) e Caraá (três), no litoral norte; São Leopoldo (dois), Novo Hamburgo (um), Gravataí (um) e Esteio (um), na Grande Porte Alegre; e Bom Princípio (um) e São Sebastião do Caí (um), ambos no Vale do Caí.