SUS

Empresas de diálise enfrentam crise e temem interromper atendimentos ao SUS

Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante busca negociação com o governo para recomposição real dos preços e evitar a quebradeira

As companhias responsáveis %u200B%u200Bpelos serviços de diálise, cuja maioria de seus clientes vêm do SUS, expressam preocupação com a falta de recursos do Ministério da Saúde para cobrir o aumento dos custos. Alegam que, sem uma solução adequada, poderão ser obrigados a suspender os atendimentos à rede pública, a fim de evitar a falência. Hoje, 80% dos clientes dessas empresas são atendidos pelo SUS, que, por não possuir estrutura própria, contrata os serviços da rede privada. Estima-se que 150 mil pacientes utilizam o serviço, incluindo os particulares.

A ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante) representa essas empresas e afirma que tenta, sem sucesso, estabelecer uma negociação com o governo para uma recomposição real dos preços. Em 2021, após seis anos sem reajustes, o governo concedeu um aumento de 12%, considerado insuficiente pela entidade. Recentemente, representantes das empresas se reuniram com técnicos do Ministério da Saúde para resolver o impasse, mas saíram preocupados com a proposta de 10,3% de aumento.

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A associação alega que a defasagem dos custos por paciente já ultrapassa 50%. Atualmente, o governo desembolsa R$ 218 por tratamento, enquanto o custo total por sessão é de R$ 303. "O reajuste feito em 2021 foi apenas simbólico. Não cobria sequer o dissídio dos nossos colaboradores", comenta Bruno Haddad, conselheiro consultivo da ABCDT e CEO da DaVita, uma das maiores empresas do setor.

Hospitais privados e até santas casas também expressaram insatisfação com a situação. Afirmam que a tabela do SUS está defasada, uma vez que não acompanhou o aumento de insumos, medicamentos e procedimentos, impactados pela escalada da crise e do dólar durante a pandemia. Até o momento, o Ministério da Saúde não se pronunciou sobre o assunto.

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