O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu nesta segunda-feira (12/6) o fóssil do dinossauro Ubirajara Jubatus, de 110 milhões de anos, descoberto no município de Santana do Cariri, no Ceará, na década de 1990. A peça foi levada ilegalmente da Bacia do Araripe, no Cariri, para a Alemanha há quase 30 anos, e voltou ao território brasileiro no último 4 de junho.
O fóssil motivou anos de negociação por anos, e foi recebido em uma cerimônia de repatriação na tarde desta segunda-feira. Em 2020, um grupo de pesquisadores alemães publicou um artigo científico no periódico Cretaceus Research com detalhes sobre a origem do fóssil. A ação levou à mobilização da comunidade científica brasileira e internacional, em especial a de paleontologia, para a retirada do artigo de circulação e devolução do patrimônio à terra de origem.
O Ubirajara Jubatus é a primeira espécie não-aviária de dinossauro encontrada com material semelhante preservado na América Latina, sendo considerada um marco na paleontologia, movimentando brasileiros e pessoas de outras nacionalidades, popularizando a hashtag #UbirajaraBelongsToBR nas redes sociais.
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As negociações para a devolução do material envolveram o Itamaraty, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Embaixada da Alemanha, em Brasília. A repatriação só foi possível depois de determinação de autoridades da região de Baden-Württemberg, em julho do ano passado, que apontaram “má conduta científica” na obtenção do fóssil, conforme denúncia do Ministério Público Federal.
Há pelo menos 17 anos a relíquia compunha o acervo do Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha. Em solo brasileiro, a peça ficará exposta no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Urca), unidade estadual vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece).