VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Filho faz cigarros de maconha com medida protetiva e ameaça queimar a mãe

Vítima procurou a Polícia Militar para denunciar o rapaz, que invadiu sua casa em Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce

Um homem de 32 anos foi preso pela Polícia Militar nesta quarta-feira (7/6), em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, suspeito de crimes de ameaça e violência doméstica contra a própria mãe, de 55. O rapaz teria ameaçado queimá-la. 

Segundo o registro da ocorrência, a mulher foi até a delegacia pela manhã e relatou que o filho invadiu a casa dela, no bairro Santa Helena, por volta das 9h20. "Cala a boca, senão vou colocar fogo nessa casa com você dentro", teria dito o rapaz, conforme a vítima. Em seguida, ele foi dormir.

Logo, além da ameaça, o rapaz não respeitou uma medida protetiva de urgência, expedida pela Justiça, que o proíbe de se aproximar da mãe. Inclusive, ela também relatou às autoridades que, ao receber cópia do documento, o filho rasgou o papel e fez cigarros de maconha com o papel da medida protetiva.

Na noite dessa terça-feira (6/6), ainda conforme o depoimento, o homem também teria invadido a casa, quando discutiu com a mãe e quebrou uma televisão. Nesse sentido, a vítima afirmou que o filho já havia quebrado, em outras ocasiões, vários eletrodomésticos e móveis.

A violência em números

Em março, reportagem do EM mostrou que mais de 30% das mulheres no Brasil com mais de 16 anos já sofreram algum tipo de violência por parte dos seus parceiros ou ex-companheiros em 2022, conforme revelam os dados de uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública feita pelo DataFolha.

No estado, um relatório da Polícia Civil de Minas Gerais revela que 155 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2021. No ano passado foram registradas 163 mortes e outras 195 tentativas de feminicídio.

Apenas em janeiro deste ano, em Minas, o crime de feminicídio tirou a vida de 11 mulheres – um aumento de 55% em relação ao ano passado, quando o total foi de sete. Outras 14 mulheres sobreviveram a tentativas de assassinato praticadas principalmente por homens com os quais se relacionavam ou ex-companheiros, refletindo acréscismo de quase 15% em relação aos 12 casos do ano anterior.

Somente em 2021, 3.878 mulheres foram vítimas de homicídio em todo o país. Já o Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que os crimes registrados no mesmo período como feminicídio chegaram a 1.341.

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