A Farmácia Popular será relançada, nesta quarta-feira, com a inclusão do fornecimento de remédios gratuitamente para as comunidades indígenas. Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, os recursos para o programa tiveram um corte de 60% para este ano, impactando severamente a situação de usuários que precisam de medicamentos e não têm condições de pagar por eles.
A inclusão das comunidades indígenas era uma lacuna na Farmácia Popular desde que foi criada. Por não prever um planejamento logístico entre a disponibilização e a entrega dos remédios, em função das grandes distâncias, as populações nativas foram deixadas de fora. O problema foi solucionado a partir da solicitação, pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), da habilitação dos representantes dos 34 Distritos de Saúde Especial Indígena (DSEIs) para retirarem as medicações em estabelecimentos credenciados. Serão eles que levarão os fármacos para os povos originários.
“Ele [servidor] chega em alguma unidade da Farmácia Popular e busca os medicamentos, apresentando todas as receitas. Facilita quando se tem um profissional de saúde habilitado por causa dos difíceis acessos aos territórios, que em muitos locais só é possível por via aérea”, explicou ao Correio o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.
De acordo com dados do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Farmácia Popular beneficia aproximadamente 20 milhões de pessoas que sofrem de alguma doença crônica. É o caso do aposentado Rosildo Silva, de 48 anos, que faz tratamento para Aids desde 2010 e, por causa da doença, há 11 anos se medica para o chamado “Parkinson Secundário”. O remédio de alto custo deve ser tomado três vezes ao dia para diminuir os tremores do lado direito do corpo. Sem o fármaco, não conseguiria fazer atividades básicas.
“Essa medicação é cara e, se fosse comprar, não conseguiria. Em abril, estava em falta nas farmácias de alto custo, então precisei desembolsar R$ 190. Meus amigos tiveram de me ajudar para que conseguisse comprar”, disse.