São Paulo

Vídeo flagra morador de rua com pés e mãos amarrados sendo carregado por PMs

Imagens publicadas nas redes sociais mostram um homem negro com os membros amarrados por uma corda. Caso ocorreu em São Paulo na madrugada desta segunda-feira (5/6)

Um morador de rua teve os pés amarrados junto com as mãos, com o uso de uma corda, na Vila Mariana, em São Paulo. Um vídeo publicado nas redes sociais, na noite desta terça-feira (6/6), mostra o homem negro sendo carregado por policiais militares dentro de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro paulista. O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira (5/6).

As imagens foram divulgadas pelo padre Júlio Lancellotti, em seu perfil no Instagram, e pelo sociólogo Paulo Escobar. No registro é possível ver o momento em que dois policiais seguram o morador de rua pela camisa e pela corda usada para amarrar os pés do homem e o carregam pelo corredor da UPA.

Em seguida, o morador de rua é jogado em uma maca e colocado dentro da viatura. Ao ser carregado, o homem emite sons de gemidos de dor e, ao ser colocado no porta-malas da viatura, ele pede calma e diz que “está colaborando”.

Mesmo com os gritos, o morador de rua é empurrado da maca para dentro do porta-malas da viatura. Os policiais envolvidos na abordagem ainda não foram identificados e não há informações sobre as circunstâncias da prisão do homem.

Segundo informações da emissora GloboNews, o homem tem 32 anos e foi preso sob acusação de roubo em um supermercado. De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O) — que a emissora teve acesso —, os próprios policiais apontaram que amarraram o morador de rua. À emissora, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) apontou que está "apurando" o caso.

 

Nos comentários da publicação feita por Escobar, os internautas demonstraram indignação com a forma em que foi realizada a abordagem. "Que imagem dolorosa, semelhante às imagens dos livros de história de pessoas escravizadas sendo levadas dessa forma", comentou uma usuária do Instagram identificada como Larissa Grazielle. 

O Correio procurou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) e a Polícia Militar de São Paulo (PMSP) para entender os motivos da abordagem policial, mas ainda não obteve retorno. Paulo Escobar, responsável pela divulgação das imagens, também foi procurado, mas não respondeu ao contato. O espaço segue aberto para manifestações.

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