Diplomacia

BRICS cobra dos países ricos verbas prometidas para questões climáticas

Meta das grandes economias de mobilizar, conjuntamente, US$ 100 bilhões anuais até 2020 para as nações em desenvolvimento não foi alcançada. Mesmo tendo sido estendida até 2025, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul exigem que o compromisso seja levado a sério

Os integrantes dos BRICS expressaram preocupação com o fato de que a meta dos países desenvolvidos de mobilizar, conjuntamente, US$ 100 bilhões por ano até 2020, mas estendida até 2025, para questões climáticas em nações em desenvolvimento não foi alcançada. Por causa disso, o grupo cobrou deles o cumprimento do compromisso.

Em comunicado conjunto emitido após a reunião dos ministros das Relações Exteriores do grupo, os membros enfatizaram a importância do cumprimento dos acordos de fornecimento de tecnologia e financiamento climático adequado para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com a mudança climática. Os diplomatas ressaltaram, ainda, a importância de incentivar o uso de moedas locais no comércio internacional e nas transações financeiras entre os BRICS.

Os ministros saudaram, ainda, a candidatura do Brasil para sediar a COP30, "pois o ano de 2025 será fundamental para o futuro da resposta global às mudanças climáticas", segundo o documento. Parabenizaram, ainda, a ex-presidenta do Brasil Dilma Rousseff por estar no comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics. Expressaram confiança de que ela contribuirá para fortalecer o NDB durante o mandato.

Reforma da ONU

A cúpula reafirmou a necessidade de uma reforma abrangente da Organização das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-la mais representativa, efetiva e eficiente, e aumentar a participação dos países em desenvolvimento para que a entidade possa responder, adequadamente, aos desafios globais. China e Rússia reiteraram a importância que atribuem ao status e ao papel do Brasil, Índia e África do Sul nos assuntos internacionais e apoiaram a aspiração dos três de desempenhar um papel maior na ONU, segundo o comunicado.

Os chanceleres recordaram suas posições nacionais sobre a situação na Ucrânia e a região. Registraram apoio a propostas relevantes de mediação e bons ofícios, visando a solução do conflito por meio do diálogo e da diplomacia.

Pediram a implementação plena e efetiva tanto da Iniciativa de Grãos do Mar Negro quanto do Memorando de Entendimento entre a Federação Russa e o Secretariado das Nações Unidas sobre a promoção de produtos alimentícios e fertilizantes russos nos mercados mundiais. Enfatizaram, sobretudo, a importância de permitir que grãos e fertilizantes para continuar a chegar aos mais necessitados.