O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli morreu, nesta quinta-feira, aos 86 anos, após complicações em uma cirurgia para colocar uma prótese no fêmur. Ele estava há mais de um mês internado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte.
Paolinelli completaria 87 anos em 10 de julho. Nascido em Bambuí (MG), formou-se em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Lavras (MG), onde começou a se especializar em estudos sobre o potencial do Cerrado para a produção agrícola. Foi ali, também, que iniciou longa trajetória no setor.
Entre 1974 e 1979, Paolinelli foi ministro da Agricultura do governo do então presidente Ernesto Geisel. No setor do agro, ainda comandou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e, desde 2010, esteve à frente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Paolinelli ocupou, também, a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades.
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O ex-ministro foi um dos principais responsáveis pela criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária — chegou a ser chamado de "Pai da Embrapa". Eleito deputado federal, em 1986, pelo PFL mineiro, Paolinelli integrou a 48ª legislatura, tendo sido um dos constituintes que atuaram na elaboração da Carta de 1988.
Em 2006, recebeu o Prêmio Mundial de Alimentação, que homenageia quem trabalha pela melhoria da qualidade e pela disponibilidade de alimentos no mundo. Com reconhecida trajetória de luta em defesa da segurança alimentar mundial, Paolinelli foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021.
Repercussão
Políticos governistas e de oposição, de diferentes correntes ideológicas, publicaram notas de pesar em homenagem a Paolinelli. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o Twitter para lembrar do ex-ministro e o reconheceu como um dos principais responsáveis por alavancar a agricultura brasileira.
"Paolinelli foi professor, agrônomo, ministro da Agricultura e um dos criadores da Embrapa. Foi um dos principais responsáveis pelos avanços de conhecimento que permitiram o que ficou conhecido como 'agricultura tropical', com um grande aumento na produção de grãos do Brasil, transformando o país em um grande exportador de alimentos", publicou.
O governo de Minas afirmou que Paolinelli deixou um "imenso legado para a agricultura do Brasil e do mundo". Já o governador do estado, Romeu Zema, também se manifestou. "Um dos maiores nomes da agricultura brasileira, com quem tive a satisfação de aprender muito. Seu trabalho colaborou pra transformar nosso agro em potência mundial", lamentou.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, publicou uma foto com Paolinelli e atribuiu-lhe um "legado inquestionável", que "supera as barreiras do tempo".
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), homenageou o ex-ministro em uma rede social afirmando que "o país perdeu um dos pilares da agricultura". "Paolinelli foi pioneiro, um desbravador de rumos para o agronegócio brasileiro. Sem ele e sua postura visionária, o Brasil não seria a potência agrícola que é hoje", publicou.
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