O Brasil perdeu 1,8 milhão de hectares de florestas tropicais primárias, a maior parte sendo na Amazônia, o que representa um aumento de 15% na destruição de florestas inexploradas entre 2021 e 2022. Esses dados fazem parte de uma pesquisa divulgada pela Global Forest Watch (GFW), plataforma de monitoramento de florestas desenvolvida pela Universidade de Maryland, nesta terça-feira (27/6). O país, juntamente de República do Congo, Bolívia, Indonésia e Peru, lidera o ranking de países que mais perderam florestas tropicais primáriasno ano passado.
O aumento do desmatamento no Brasil foi registrado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que, segundo o estudo, provocou a diminuição de proteção ambiental estatal, destruição das agências de fiscalização e tentativas de anistia perante o desmatamento ilegal, além de diminuição dos direitos indígenas. Outro ponto da pesquisa é o aumento do desmatamento no país a partir de 2016, ano em que Michel Temer assumiu a Presidência. Vale destacar que a maior parte dos danos não foi causada por queimadas, como é mais frequente no país, mas por desmatamento, atingindo o seu maior nível desde 2005.
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A análise da GFW mostra, também, que durante os dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nos anos 2000, a perda das florestas tinha diminuído consideravelmente. O petista, que voltou ao poder este ano, se comprometeu com o “desmatamento zero” da Amazônia e de outros biomas, até 2030, o que já reforçou por diversas vezes, sendo a última no fim de semana, durante o festival de música "Power Our Planet", no Campo de Marte, em Paris.
Ainda segundo a pesquisa da Universidade de Maryland, as florestas tropicais em todo o mundo perderam 10% a mais de área de florestas primárias em 2022 quando comparado a 2021. A maior parte do dano global também não foi resultado de queimadas, mas desmatamento para agricultura e exploração de madeira, além de causas naturais como ventos e desvios de rios.
Em uma comparação de três anos, houve uma diminuição de 30% de copas de árvores a nível mundial, sendo a Rússia uma das maiores responsáveis, com 34% a menos de cobertura de árvores em seu território entre 2021 e 2022.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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