ESTUPRO

Caso Robinho: revelação de áudios abalou vítima, diz advogado da albanesa

O advogado Jacopo Gnocchi também demonstrou expectativas de que o ex-jogador será preso no Brasil. O Brasil reconheceu essa possibilidade e o caso Robinho tramita no STJ

Francisco Artur
postado em 23/06/2023 10:56 / atualizado em 23/06/2023 10:57
 (crédito: Reprodução/Youtube Migalhas)
(crédito: Reprodução/Youtube Migalhas)

O advogado da vítima de estupro cometido pelo ex-jogador de futebol Robinho disse que a revelação dos áudios em que o brasileiro menospreza, ri, e demonstra preocupação com possíveis punições provocadas pela denúncia do crime, feito em 2010, abaloou psicologicamente a mulher. Segundo Jacopo Gnocchi, a transcrição das falas de Robinho provocou um "abalo psicológico" em sua cliente.

"Uma coisa é o que a pessoa sabia e se lembrava, outra é ver tudo o que sabe escrito, dito, repetido. Tem um grande impacto psicológico, midiático e emotivo para quem escuta e também para quem tenha sido vítima desse tipo de crime horrendo", contou o advogado.

Na avaliação de Gnocch, o tom dos diálogos de Robinho grampeados pelo Ministério Público italiano é um confronto à vítima e a todas as mulheres. "Ler a transcrição é um 'conto'. Eu, anos atrás quando li a transcrição... Eram frases certamente violentas, era evidente o que havia ocorrido. Os juízes mesmo disseram: 'esse crime é horrendo, não é contestável'."

O advogado da vítima, uma mulher albanesa, concedeu entrevista ao site de notícia jurídicas Migalhas, publicada nesta quinta-feira (22/6).  Na conversa, ele demonstrou otimismo de que a justiça brasileira aplicará a pena dada a Robinho nos tribunais italianos. Diante disso, Gnocch classificou o Brasil como um grande país. "Um paraíso, mas não um paraíso da impunidade", ponderou.

No início deste ano, a justiça da Itália solicitou ao Brasil a transferência de Robinho, para que o ex-jogador cumpra pena no país europeu. Esse procedimento, no entanto, não pode ser aplicado a Robinho porque a Constituição proíbe a extradição de cidadãos brasileiros nato.

A Itália, então, enviou um ofício solicitando ao governo brasileiro que Robinho cumpra pena no Brasil. Essa alternativa foi considerada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, porque o Brasil reconhece a Itália como um estado democrático de Direito e que, portanto, o ex-atleta brasileiro teve como se defender em liberdade, até o juízo da última instância do tribunal de justiça.

Atualmente, o caso Robinho está em trâmite no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que discute a possibilidade de homologação da sentença italiana e, em caso positivo, da transferência da execução da pena do jogador para o Brasil.  Na corte judicial, o ministro João Otávio de Noronha pediu vista e esse processo deve voltar à pauta em 1º de agosto.

 

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