A Polícia Civil do Paraná prendeu, na quinta-feira (15/6), um ginecologista suspeito de abusar sexualmente de pacientes que atendia em um consultório de Maringá. Felipe Sá foi acusado de violentar as pacientes com o uso de hipnose. Segundo o delegado responsável pelo caso, Dimitri Tostes, a investigação foi iniciada após três vítimas, com idades entre 26 e 35, denunciarem o médico. Outras pacientes de Felipe foram ouvidas pela polícia.
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O ginecologista é investigado desde janeiro por crime de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. A prisão do suspeito é válida por 30 dias e pode ser prorrogada. Para prender o médico, uma policial grávida foi ao consultório se passando por paciente. A estratégia foi utilizada para assegurar que Felipe Sá estava no local. Um mandado de busca e apreensão na casa e no consultório do médico também foi cumprido pela polícia que apreendeu celulares e computadores que serão encaminhados para perícia.
Denúncias das vítimas
Ao programa Fantástico, da TV Globo, as vítimas relataram os abusos sofridos. Segundo as mulheres, elas só entenderam que estavam sendo abusadas após outras pacientes denunciarem situações parecidas. A psicóloga Fernanda Cassim contou que o ginecologista tentava estimular o corpo das pacientes durante os exames. Durante os atos criminosos, o médico falava às mulheres que elas precisavam "relaxar"
"Ele estava me examinando e ele tentou me estimular e eu imediatamente disse pra ele parar e ele dizia coisas, né? Ele dizia você precisa relaxar, 'você precisa entender que o seu corpo pode te dar muito prazer', e aí eu, imediatamente quando eu percebi que ele me estimulou eu imediatamente afastei ele e sentei na maca e disse que aquilo não era um exame ginecológico... e aí ele falou que eu precisava estar mais aberta, que eu tinha que quebrar muitos tabus ainda, que aquilo não era o posicionamento de uma mulher empoderada", disse Fernanda ao Fantástico.
Outra vítima, que não quis ser identificada, relatou que o médico pediu por diversas vezes que ela mostrasse os seios e se masturbasse. A paciente se recusou veementemente. "Ele pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, que eu gostasse, contou até dez, estralou os dedos. Mas em nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: 'Não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais. Mas vamos fazer da seguinte forma, é a seguinte brincadeira: Você tem relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala'', contou.
Outra vítima também afirmou à polícia que o médico introduziu a mão no canal vaginal dela e depois a redirecionou ao clitóris. O ginecologista chegou a dizer para outra paciente, durante uma consulta, que estava excitado. Ao Fantástico, a defesa de Felipe Sá disse que as acusações são "infundadas" e "não condizem com o histórico profissional". O Conselho de Medicina do Paraná instaurou um procedimento para apurar o desvio de conduta ética do médico.
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