Subiu para 11 o número de mortos após a passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul. Entre as vítimas está um bebê de apenas quatro meses, que teria ficado ilhado em São Sebastião do Caí. De acordo com último balanço, atualizado ontem pela Defesa Civil, pelo menos 20 pessoas ainda estão desaparecidas.
No município de Bom Princípio, um idoso de 73 anos caiu com o carro no Rio Caí e morreu afogado. Em Maquiné, morreu um homem de 69 anos que estava dentro de casa com esposa e sogra quando ocorreu um deslizamento de terra. As duas mulheres ainda estão desaparecidas.
No total, 40 municípios atingidos, com registro de 2.330 desabrigados e 602 desalojados. O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), disse que a prioridade é encontrar os desaparecidos e salvar pessoas que possam ainda estar ilhadas por causa das inundações.
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"Estamos dedicados ao resgate dessas pessoas e ao atendimento humanitário a todas as vítimas dessa tragédia", declarou. "Paralelamente a isso, vamos avaliar os danos em pontes, estradas e moradias para que possamos atuar na recuperação destas estruturas", completou.
O ciclone provocou chuva ininterrupta e diversos estragos desde a noite de quinta-feira no estado, sobretudo na região leste, que abrange o litoral, parte da serra gaúcha, a região dos vales e a região metropolitana de Porto Alegre. Em alguns municípios, a quantidade de chuva ultrapassou quase duas vezes o previsto para o mês.
Naufrágio
Em Santa Catarina, uma embarcação pesqueira com pelo menos 8 pessoas naufragou na noite de sexta. De acordo com a Marinha, o naufrágio do barco, de nome BP Safadi Seif, aconteceu a cerca de 40 km de distância da ponta de Garopaba, região que estava sob alerta de ressacas. Ainda não há informações sobre as vítimas. As buscas estão sendo realizadas de barco e helicóptero, também foi solicitado o auxílio da Força Aérea Brasileira.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da presidência, Paulo Pimenta, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, sobrevoaram junto com o governador do Rio Grande do Sul as regiões atingidas. Em coletiva de imprensa, em São Leopoldo, eles anunciaram ajuda do governo federal ao estado.
"É uma orientação do presidente Lula articular de imediato com os estados e municípios para que o atendimento à população seja feito o mais rápido possível", disse Góes, que afirmou que será priorizando o atendimento aos municípios atingidos por desastres e acelerando os processos de reconhecimento de situação de emergência e de repasse de recursos.
Segundo os ministros, a princípio a ajuda será para buscar os desaparecidos e depois para reparar os danos materiais. Pimenta afirmou que os recursos da União para que o estado trabalhe na reconstrução das áreas atingidas pelas chuvas vão ser liberados na medida em que os planos de trabalho forem apresentados pelos governos locais e, por isso, não especificou valores.
Até o momento, 84 mil famílias ainda estão sem o fornecimento de energia devido aos estragos. O Ministério de Minas e Energia (MME) instalou uma sala de situação para acompanhar a indisponibilidade do serviço de energia elétrica nas áreas atingidas.
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