Habitação

Acesso a rede de esgoto aumenta, Norte e Nordeste ainda ficam para trás

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua 2022), divulgada nesta sexta (16) pelo IBGE, aponta que menos de 30% das residências do Amapá, Piauí, Rondônia e Pará têm acesso aos serviços de esgoto

Ândrea Malcher
postado em 16/06/2023 17:15
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)

A proporção de residências ligadas à rede geral de esgotamento sanitário aumentou no país entre 2019 e 2022, como aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua 2022), divulgada nesta sexta-feira (16/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), saltando de 68,2% para 69,5%.

No último ano, ao todo, 78% dos domicílios brasileiros tinham esgoto, no entanto, a discrepância entre os estados é preocupante, revelando como o Norte e o Nordeste ainda sofrem com a falta do serviço. No Sudeste, 93,9% das casas contam com tratamento de esgoto; no Sul a marca é de 78,8%; Centro-Oeste, com 66,3%; seguidos por Nordeste (61,7%) e Norte (38,0%).

Amapá (23,1%), Piauí (23,3%), Rondônia (27,3%) e Pará (28,0%) apresentaram menos de 30% de casas com acesso a esgoto, um contraste com São Paulo (96,4%), Distrito Federal (94,1%), Minas Gerais (92,3%) e Rio de Janeiro (90,6%).

Mesmo com o cenário, em 2022, dos 64,8 milhões de domicílios urbanos do país, 99,5% tinham água canalizada e 95,1% tinham acesso à rede geral de abastecimento de água. Já entre os 9,4 milhões de domicílios rurais, aqueles percentuais eram de 88,2% e 38,9%, respectivamente.

De 2019 a 2022, a proporção de lares com esgoto por rede coletora aumentou em 1,3 ponto porcentual, atingindo 68,2%. Durante o período, as regiões mais necessitadas tiveram um incremento, com o Norte indo de 27,3% para 31,1%, e o Nordeste de 47% para 50,1%, pela primeira vez com mais da metade das residências ligados à rede geral de esgoto.

No quesito distribuição de água, 85,5% dos lares brasileiros usufruíram deste direito em 2022, proporção que pouco mudou desde 2016, quando o percentual era de 85,8%. As diferenças regionais mais uma vez sinalizam desigualdades socioeconômicas.

O Norte apresentou o menor percentual de residências dependentes da rede geral para água (60%) e o maior de unidades habitacionais dependentes de poço profundo ou artesiano (23,2%). Já o Sudeste, conta com 91,8% de domicílios atendidos pela rede geral de água.

O Nordeste, mesmo com 80,3% conectado à rede geral, conta com aproximadamente 1 milhão de lares com outras formas de abastecimento (5,4%), como água da chuva armazenada em cisternas, tanques, água de rio, açudes ou caminhão-pipa (o maior percentual dessa modalidade entre as Grandes Regiões).

A pesquisa apontou que 93,3% dos domicílios em áreas urbanas estavam conectados à rede geral de água em 2022 e a única região que ficou abaixo dos 90% é justamente o Nordeste (69,9%).

Nas regiões rurais do país, 32% estavam conectados à rede geral de água, enquanto 29,7% utilizavam poço profundo ou artesiano para ter água. Entre os domicílios rurais, 40,2% (ou 3,7 milhões) tinham fossa séptica não ligada a rede, enquanto 50,5% deles (ou 4,6 milhões) contavam com outro tipo de esgotamento em 2022. Cerca de 6,4 milhões de domicílios que são ligados à rede geral não recebiam água diretamente, em 2022, o que equivale a 9%.

Outros serviços básicos

A Pnad levantou outros dados sobre habitação no país. A pesquisa indicou que o acesso à energia elétrica no país está praticamente universalizado, chegando a 99,8% dos domicílios, à exceção das áreas rurais da região Norte, que registrou 85%.

Foi observado, ainda, um aumento na quantidade de residências que contam com coleta de lixo por serviço de limpeza, saindo dos 82,7% de 2016, para 86% no ano passado. No período, foram 8,2 milhões de domicílios a mais.

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