Barragem de antiga mina de urânio em MG entra em estado de emergência

Barragem é uma das três em condição crítica no Brasil; todas ficam no estado de Minas

Natália Peronico*

postado em 15/06/2023 17:21 / atualizado em 15/06/2023 17:24

(crédito: Camila Forlin/INB/Divulgação)

A barragem D4 de Caldas, Minas Gerais, entrou no nível 1 de emergência em uma classificação de 3 níveis de eventuais rupturas. As estruturas fazem parte de uma mina de exploração de urânio desativada em 1995. A informação foi divulgada pela empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que integra o Ministério de Minas e Energia. No momento, a unidade está em processo de redução de impactos ambientais e recuperação de áreas degradadas.

Segundo a resolução 95/2022 da Agência Nacional de Mineração (ANM), caso entre em nível de emergência, a estrutura não tem integridade suficiente para ser considerada segura. Outras duas barragens localizadas em Minas Gerais se encontram em estado crítico: uma da Arcelor e duas da Vale.

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Radiação

A INB afirmou em nota que, segundo resultados de análises do local de água do local, não há nenhum nível alarmante de radiação e o urânio existente está presente de forma natural no meio ambiente. O Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi o responsável pela investigação das amostras de água de variados pontos da cidade, como Estação de Tratamento de Água da Copasa, Balneário de Pocinhos do Rio Verde, Cascata Antônio Monteiro e Bacião, em quatro estações no ano de 2022.

“Não encontramos e não era esperado encontrar radioativos (acima dos limites) na água da cidade”, declarou Heber Luiz Caponi Albertini, servidor da CNEN.

Conforme a Indústrias Nucleares do Brasil, a estrutura deixou de ser fiscalizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com a Lei Federal 14.514/2022, e passou para a alçada da ANM. Contudo, a INB mantém um acordo com o Ministério Público Federal para reestruturação do monitoramento em Caldas desde o fim de 2019.

"Não houve nenhuma ocorrência nessas barragens, apenas a mudança quanto ao órgão fiscalizador e às adequações às classificações e documentações", diz a INB.

A estatal ainda destaca que a bacia D4 era originalmente uma bacia de decantação, mas, com as mudanças de regulamentos e órgãos fiscalizadores, passou a ser classificada como uma barragem. Além disso, comunica que as barragens são constantemente monitoradas.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro