Após a advogada criminalista Élida Fabrícia ter viralizado nas redes sociais ao dizer que "adora crimes passionais" — referência ao dia 12 de junho, Dia dos Namorados — o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) foi a publico repudiar a fala da profissional do direito.
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Em nota oficial, o Ministério Público do estado relembrou que o machismo estrutural e a misoginia estão "entranhadas" na sociedade e que a fala da advogada "demonstra profundo desprezo pela dor de todas as mulheres e vítimas de crimes dolosos contra a vida". Leia a manifestação na íntegra no fim deste texto.
Além da manifestação do Ministério Público do estado, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou a abertura de apuração sobre o caso. Élida também é advogada de carreira da Caixa Econômica Federal e ocupa a cadeira de presidente da Comissão Especial do Tribunal de Júri do Conselho Federal da OAB.
O Correio tenta contato com a advogada por meio das redes sociais desde esta terça-feira (13/6) para escutar o posicionamento dela sobre a postagem do vídeo. O texto será atualizado mediante resposta.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
Nota do Ministério Público do Estado do Piauí:
"A pretexto de fazer publicidade e captação de clientes aproveitando-se do dia dos Namorados, a advogada usa, jocosamente, argumentos como “eu adoro crime passional, adoooro quando chega aquele processo, quentinho, gostosinho, bem formado, com crime passional” para logo em seguida afirmar, sem constrangimento algum, que “Dia dos Namorados combina com crime passional”.
Num país em que uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas – e no qual o Piauí está entre os dez estados em que mais se matam mulheres – e em que o machismo estrutural e a misoginia estão fortemente entranhadas na cultura local, a fala da advogada demonstra profundo desprezo pela dor de todas as mulheres e vítimas de crimes dolosos contra a vida.
O Ministério Público do Estado do Piauí reafirma o compromisso constitucional de lutar em defesa das mulheres e de todas as vítimas de crimes dolosos contra a vida, passionais ou não, esperando que o Tribunal de Ética e o Conselho Federal da OAB adotem as providências pertinentes ao caso".
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