FEBRE MACULOSA

Febre maculosa: laudo confirma terceiro óbito pela doença em SP

A vítima moradora de Hortolândia morreu no dia 8 de junho, mesmo dia que a dentista e o piloto. Todas as vítimas estiveram no mesmo evento, em uma fazenda de Campinas

Correio Braziliense
postado em 13/06/2023 21:38 / atualizado em 13/06/2023 21:41
 (crédito: Reprodução Prefeitura de Campinas )
(crédito: Reprodução Prefeitura de Campinas )

O Instituto Adolfo Lutz confirmou que uma mulher de 28 anos que morreu no dia 8 de junho tinha febre maculosa. Ela é a terceira pessoa a morrer com a doença no estado, e em todos os casos as vítimas estiveram em um evento na evento na Fazenda Santa Margarida, no Distrito de Joaquim Egídio, região Leste de Campinas.

O nome da vítima não foi divulgado. Ela é moradora de Hortolândia, cidade vizinha de Campinas. Antes dela, o Instituto já havia confirmado que a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, e o namorado, o piloto Marcelo Costa, de 42, também morreram com febre maculosa. 

 

Os responsáveis pela Fazenda Santa Margarida foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa.

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas disse que irá fazer uma verificação acarológica – forma de dispor dados sobre alguma doença ou parasitas, que podem trazer riscos à saúde local – nos carrapatos do espaço.

Entenda a doença 

A febre maculosa, também conhecida como febre do carrapato, é uma doença infecciosa aguda causada por uma bactéria e transmitida ao ser humano pela picada de carrapatos.

A doença é denominada como "maculosa" pois causa manchas vermelhas no corpo do paciente, chamadas de máculas. Segundo o médico Vital Fernandes Araújo, formado pela Universidade Federal da Bahia, a febre maculosa é considerada grave e pode levar à morte se não for tratada a tempo. O profissional ressalta que, apesar da gravidade, a doença não é transmissível de pessoa para pessoa.

Vital Fernandes explica que os carrapatos se infectam quando se alimentam do sangue de animais contaminados com a bactéria, como capivaras, cavalos e alguns tipos de aves. Após a infecção, o carrapato se torna um vetor da doença, ou seja, um organismo capaz de transmitir a bactéria para outros animais ou seres humanos, no momento em que se alimentar do seu sangue.

"Geralmente, os carrapatos precisam estar presos ao corpo do hospedeiro por um certo período de tempo, geralmente 4 a 6 horas, para transmitir a bactéria com sucesso. Desta forma, uma rápida identificação e remoção do carrapato pode prevenir a infecção", explica o médico.

Sintomas

  • Febre alta, que geralmente é um dos primeiros sinais e pode ser bastante alta, chegando a 40ºC ou mais;
  • Dor de cabeça, que geralmente é intensa e pode ser acompanhada por sensibilidade à luz;
  • Dores musculares, especialmente nas grandes articulações;
  • Mal-estar, sensação geral de desconforto e fadiga;
  • Náuseas e vômitos, que podem ocorrer especialmente nos estágios iniciais da doença;
  • Erupção cutânea, cerca de 2 a 5 dias após o início da febre. Ela começa nas palmas das mãos e solas dos pés, e pode se espalhar pelo restante do corpo. As manchas são pequenas, planas, de cor rosa e não coçam.

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