RARIDADE

Pescador flagra água-viva gigante rara no litoral de Santa Catarina

Espécie Tamoya Haplonema é rara e pode causar problemas para banhistas e pescadores; especialista explica os riscos do contato

André Vinícius Pereira*
postado em 13/06/2023 16:43
 (crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)
(crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Uma água-viva gigante, da espécie tamoya haplonema, foi flagrada em Porto Belo, litoral Norte de Santa Catarina ,na última quarta-feira (7/6). O pescador João André Baltazar filmou o animal marinho enquanto pescava algumas tainhas com o irmão.

O registro do ser marinho chamou a atenção pelo tamanho incomum e pelas cores, além da água-viva estar rodeada por alguns "peixinhos". As imagens rapidamente se espalharam pelas redes sociais e despertou a curiosidade de alguns internautas.

Baltazar relata que havia encontrado outra água-viva momentos antes da filmagem enquanto pescava e devolveu ao mar, "Eu peguei ela com a mão e devolvi ela para o mar e fomos navegar e encontrei com outra (água-viva) que me surpreendeu com um monte de peixinhos ao redor, e ai eu fiz a filmagem", conta.

Conforme o oceanógrafo da Univali, Charrid Resgalla Júnior, a espécie da água-viva, a tamoya haplonema, é considerada muito perigosa e de rara aparição nas águas brasileira, além de ser venenosa. A toxina da espécie é forte para quem entra em contato, podendo causar marcas na pele, dor, náuseas e vômitos.

Veja a filmagem:

Especialista explica os riscos de contato com águas-vivas

No Brasil, segundo Delton Francelino, professor, doutor e coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia, do Campus Barbacena, em Minas Gerais, nem todas as espécies de águas-vivas, também chamadas de “ caravelas” e “mães d´água”, são venenosas/peçonhentas.

O professor explica que é comum que, ao entrar em contato com o animal, possa haver algumas queimaduras, em decorrência da liberação destas toxinas do animal.

Várias espécies naturalmente têm o habitat no litoral e em regiões próximas de praias, Francelino explica que se deve entender sobre esse comportamento: "O que nos cabe é entender as épocas do ano em que há maior intensidade de presença desses seres vivos em certas regiões do litoral brasileiro (como no verão, período no qual há maior presença também de pessoas nas praias) e, então, sensibilizar e informar banhistas sobre os riscos ou, em alguns casos, até proibir o contato com a água neste período".

Em caso de “queimadura”, o mais importante é procurar imediatamente a ajuda médica, fundamental para o tratamento e possibilidade de diminuir os efeitos do contato com as toxinas desses seres vivos.

 

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