A fila de espera presencial por ingressos para os shows da cantora norte-americana Taylor Swift no Brasil teve relatos de conflitos entre fãs e cambistas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, foram muitas as reclamações de que cambistas ameaçavam assaltar quem saísse com ingresso nas mãos. "Há relatos de ameaças, invasão de fila e até supostos deficientes magicamente conseguindo andar após receberem senha", postou um internauta.
Rylie Nef, 19 anos, que está acampado na fila do Allianz Parque, em São Paulo, disse que a empresa que está organizando o show, a T4F (Tickets for Fun), estabeleceu horários para que os grupos estivessem presentes para receber senhas, mas mudaram o planejamento cerca de uma hora e meia antes do horário combinado. Após a entrega das senhas, não haveria outra oportunidade. Foi nesse momento que a confusão com os cambistas começou.
Nef relatou que um dos atravessadores começou a gritar que ninguém deveria pegar senhas, e ameaçou dizendo que iriam "quebrar tudo". "Ficamos aterrorizados, mas, daí, veio o ultimato da organização da T4F: 'Se vocês se recusarem a pegar as senhas agora, vamos pular os membros da sua barraca e vão todos para o final (da fila)'. Fomos duplamente ameaçados, então, preferimos não arriscar a perder o lugar na fila. Eles estavam nos fotografando e marcando nosso rosto, com a intenção de agredir e roubar na saída da fila, amanhã (hoje), após termos conseguido nossos ingressos", denunciou Rylie. "A polícia foi acionada, chegou a vir, mas não fez nada", completou o fã.
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As filas on-line também pareciam intermináveis. A espera virtual chegou a ter mais de 2 milhões de pessoas, e os ingressos se esgotaram em menos de 20 minutos. Os preços, no Rio, variam de R$ 240 a
R$ 950, e de R$ 190 a R$ 1.050, em São Paulo. A cantora anunciou, após esgotados os ingressos, que fará mais dois shows no país.
Ao receber os relatos, a deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) solicitou ao Ministério Público de São Paulo que amplie as investigações já existentes de irregularidades envolvendo shows da banda mexicana RBD e a plataforma digital Eventim.
"Pedi que se amplie o escopo da investigação já existente do show da RBD (em fevereiro) e do Eventim para que incluam o show da Taylor Swift e a T4F", escreveu a deputada em suas redes sociais.
Hilton relatou ter recebido denúncias que envolvem suspeitas de serviços digitais voltados a "furar filas" virtuais para compra de ingressos. "Tudo isso fere os direitos do consumidor, e se já há uma investigação do MP ocorrendo sobre o tema, cabe sua ampliação", justificou Erika.
*Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro
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