O desmatamento na Amazônia Legal caiu 31% nos primeiros cinco meses do ano, de janeiro a maio, em relação a 2022, segundo dados do Deter/Inpe divulgados nesta quarta-feira (7/6). Apenas no mês de maio, a queda foi de 10% na comparação com o mesmo período. Ao todo, foram 812 km² desmatados em maio.
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Os dados foram divulgados em coletiva no Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima.
Segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, apesar dos dados do Deter/Inper não serem ideais para a comparação mês a mês do desmatamento, o período de cinco meses já permite um panorama melhor da situação.
"A gente já observa, em cinco meses deste ano, uma queda substancial de 31% na taxa de desmatamento. Agora a gente começa fazer comparações em um período maior", frisou o secretário. Ele destacou ainda que apenas 20 municípios da região concentram 55% do desmatamento, sendo oito no Mato Grosso, seis no Amazonas, quatro no Pará, dois em Rondônia e um em Roraima.
Para o governo, a queda no desmatamento se deu pelas medidas mais duras de fiscalização e punição. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, frisou que o órgão aplicou R$ 2,023 bilhões em multas, com 7.196 autos de infração. Ao todo, 2.255 fazendas, glebas ou lotes foram embargados.
"Estamos sendo muito duros para conseguir obter esses números do desmatamento na Amazônia", declarou Agostinho. "Parar esse transatlântico do desmatamento não é fácil, mas a gente acredita que está no caminho certo", acrescentou.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, avalia que a queda no desmatamento na região deve se acelerar após as medidas anunciadas nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela ministra Marina Silva.
"Esse esforço realizado até agora ganha escala e densidade a partir desse momento, o que é muito favorável para que a gente possa ter maior impacto sobre o desmatamento", avaliou o secretário.
No Cerrado, desmatamento cresceu
No Cerrado, porém, o cenário foi o inverso. Em maio, houve um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a maio, o crescimento foi de 35% na mesma comparação. Assim como na Amazônia, a derrubada ilegal de árvores está acumulada em 24 municípios, sendo dez na Bahia, cinco no Maranhão, quatro no Piauí, três em Tocantins, um no Mato Grosso e um no Pará.
Segundo os integrantes do governo, o combate ao desmatamento no bioma é mais complicado do que na Amazônia. "No Cerrado a gente tem muita terra titulada, ou em processo avançado de titulação, e os proprietários acabam conseguindo as autorizações [para desmatar]. Boa parte do desmatamento foi autorizado. Mesmo assim nós estamos fazendo operação no Cerrado e já temos 181 fazendas ou glebas embargadas", explicou Agostinho.
Para tentar reverter a situação, o governo fará um pente-fino nas autorizações de desmatamento concedidas para o Cerrado, para encontrar irregularidades. Para as autorizações dadas de forma legal, o Ministério do Meio Ambiente estuda mecanismos econômicos para fretar o desmatamento, como incentivos por áreas preservadas.
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