O ex-funcionário da Rede Globo, Bruno de Souza Rodrigues, é investigado pela polícia, que suspeita de sua participação no assassinato do ator Jeff Machado, 44 anos, encontrado morto em 22 de maio, enterrado dentro de um baú no piso de uma casa na zona oeste do Rio de Janeiro. A identidade do suspeito foi revelada em reportagem exibida pelo programa Fantástico na noite do domingo (28/5).
Bruno era amigo de Jeff. De acordo com relato de Cintia Hilsendeger, outra amiga do ator, o suspeito teria entrado na vida de Jeff há cerca de quatro anos e dizia ser assistente de produção na emissora global. Em nota divulgada pelo Fantástico, a Globo confirmou que Bruno fez parte do quadro de funcionários da empresa, mas foi demitido em 2018. O motivo da demissão, assim como o cargo que ele exercia não foram revelados.
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O advogado da família de Jeff, Jairo Magalhães, contou ao programa dominical da Globo que uma das linhas de investigação no momento é que o ator teria sido enganado por Bruno, com a promessa de entrar em uma novela. Informações preliminares apontam que Jeff teria pagado cerca de R$ 18 mil ao amigo na esperança de conseguir um papel.
Pagou R$ 12 mil, depois R$ 2 mil porque tinha que fazer uma filmagem, mais R$ 2 mil porque não sei o que... Você tem um sonho que ele é tão forte dentro de ti que a impressão é que você fica cego pra realidade", disse a mãe de Jeff, Maria das Dores, em entrevista ao Fantástico.
Entretanto, pouco antes de desaparecer, Jeff teria desabafado com Hilsendeger e afirmado que estava desconfiando de Bruno. “O Jeff estava preocupado e chateado. Achou que a pessoa era de confiança, mas disse que soube de pessoas que foram vítimas dessa mesma equipe. A gente acredita que a morte dele foi por conta disso, porque ele falou que ia colocar a boca no mundo”, opinou a amiga do ator.
Bruno estava com a chave da casa e cartões de Jeff
As investigações apontam que Bruno Rodrigues estava com as chaves da casa onde Jeff morava. Após a família se dar conta do desaparecimento do ator, o irmão de Jeff foi à casa da vítima para buscar pistas e Bruno foi quem abriu o portão para que o familiar entrasse. Foi ele também quem registrou o Boletim de Ocorrência do desaparecimento do ator da Record.
Em depoimento à polícia, o suspeito afirmou que possuía as chaves da casa e do carro porque Jeff teria entregado e, pessoalmente, pedido para que Bruno ficasse com elas enquanto ele fazia uma viagem à trabalho em São Paulo.
Além disso, o advogado da família de Jeff alegou que Bruno estava com os cartões bancários de Jeff e que continuou fazendo movimentações mesmo depois dele ser dado como desaparecido. Segundo Jairo Magalhães, aproximadamente R$ 5 mil foram retirados da conta do ator.
As redes sociais e WhatsApp de Jeff também continuaram a ser movimentadas mesmo depois do ator desaparecer. No instagram, publicação datada de 2 de fevereiro foi recebida com estranheza pelos fãs de Jeff, que foi dado como desaparecido em 27 de janeiro.
Maria das Dores, mãe de Jeff, também estranhou o comportamento do filho por mensagem. Ela mora em Santa Catarina e recebia ligações diárias do ator, mas a última vez que conversou com ele por chamada foi em 23 de janeiro. Depois desse dia, ele parou de ligar e passou a se comunicar somente por texto, o que levantou as suspeitas da família de que estaria conversando com um impostor.
O desaparecimento de Jeff foi confirmado depois que os oito cachorros do ator, todos da da raça Setter, pelos quais ele era declaradamente apaixonado, foram encontrados abandonados.
O Correio procurou a defesa do suspeito, o advogado João Maia, que, em vídeo, afirmou que "a defesa de Bruno Rodrigues aguarda com serenidade o avanço das investigações. Apesar do corpo de Jefferson Machado ter sido localizado, as circunstâncias de sua morte e as hipóteses ainda não foram totalmente descartadas". "Ainda há diligências em andamento e assim que elas forem entregues à defesa, nos comprometemos a nos manifestar de modo mais específico", concluiu Maia.