O pavilhão do Brasil na Bienal de Arquitetura de Veneza, na Itália, ganhou, pela primeira vez na história, o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional. A premiação foi comemorada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, que anunciou neste sábado (20/5), por meio das redes sociais, a vitória brasileira. O evento é considerado um dos mais importantes e tradicionais do mundo.
A exposição intitulada Terra, produzida pelos curadores Gabriela de Matos e Paulo Tavares, foi a ganhadora do prêmio. A mostra propõe repensar o passado para projetar o futuro. A dupla de arquitetos sugeriu um olhar sobre a arquitetura ancestral realizada por quilombolas e indígenas e lançaram uma reflexão sobre a tese de que Brasília foi erguida a partir de um processo de colonização territorial, ou seja, levantada sob terras originalmente ocupadas por povos originários.
O pavilhão brasileiro apontou ainda para um futuro pós-mudanças climáticas, onde "descolonização" e "descarbonização" caminham juntas. A mostra vitoriosa foi selecionada por um júri presidido pelo arquiteto e curador italiano Ippolito Pestellini Laparelli, acompanhado de Nora Akawi, Thelma Golden, Tau Tavengwa e Izabela Wieczorek.
Exposição recebeu investimento do Ministério da Cultura
O Ministério da Cultura (MinC) investiu R$ 1,5 milhão na mostra brasileira que levou o Leão de Ouro. Com o resultado da premiação, o MinC e a ministra Margareth Menezes parabenizaram os arquitetos vencedores por terem levado a terra do Brasil para o evento e, assim, fazer os visitantes entrarem em contato direto com as tradições indígenas e quilombolas e com a prática religiosa do Candomblé.
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“Quero parabenizar a Gabriela de Matos e Paulo Tavares pela vitória na Bienal mais importante do mundo. Eles trouxeram uma temática interessantíssima, instigante e necessária que é a influência dos povos originários e do povo negro na arquitetura do Brasil e todo mundo estava falando muito bem sobre o trabalho desses dois jovens arquitetos. A arquitetura brasileira prova, mais uma vez, que é um vetor de projeção internacional do país”, disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes, que está em Veneza representando o governo brasileiro na Bienal e discursou na abertura do Pavilhão.
A 18ª edição da bienal tem como tema O Laboratório do Futuro e apresenta o continente africano como responsável pela formação do mundo que está por vir. A mostra conta também com nove eventos paralelos em Veneza. (Com informações do Ministério da Cultura e da Agência Brasil)