O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu nesta quinta-feira (18/5) mais de R$ 1 bilhão do Fundo da Amazônia para aumentar a segurança na região. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa para apresentar resultados da pasta, entre eles a desarticulação de mineradores em terras indígenas no bioma, por decisão do Supremo Tribunal Federal no âmbito da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 709.
“Fiz uma reunião com o presidente Aloízio Mercadante e toda a equipe do BNDES. Apresentamos um plano comum do Ministério da Justiça com o Ministério da Defesa, visando, sobretudo, ampliar a presença no território. Esse é o centro da estratégia, viabilizar recursos junto ao BNDES. E o presidente Mercadante foi muito receptivo a essa tese”, disse o ministro em entrevista a jornalistas.
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De acordo com Dino, o projeto custará R$ 2 bilhões. “Estamos pleiteando do BNDES algo em torno de R$ 1 bilhão e alguma coisa, do Ministério da Justiça outros R$ 600 [milhões] ou R$ 700 milhões, e pretendemos um aporte total de R$ 2 bilhões”, afirmou. O dinheiro será usado para ampliar ações de fiscalização com uso de helicópteros, drones e aeronaves. “Com isso conseguimos enfrentar esse novo patamar do crime na Amazônia, que não é o crime individual, é a criminalidade articulada com quadrilhas.”
Projeto de retomada
O ministro afirmou ainda que as pessoas que permaneceram no território yanomami depois de ações de retirada são vinculadas a facções criminosas. “A nossa resposta é comando e controle com presença territorial. A Polícia Federal instalou uma base no Vale do Javari, e nós queremos ampliar essa experiência.”
A ação inaugurou o que o governo federal chama de “retomada” da região, após anos de abandono que resultaram nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no ano passado, que completarão um ano no mês que vem. “Monitoramento satelital é importante? É! Inteligência [é importante]? Vital! Mas é preciso presença física e é isso que estamos buscando no momento”, concluiu Dino.
Na mesma coletiva, o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire, disse que as ações de combate ao garimpo, extração ilegal de madeira e outros crimes no bioma não ficarão restritos aos sete territórios indígenas alvos da ADPF 709.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro