A partir desta segunda-feira (15/5), a vacina meningocócica ACWY conjugada passa a ser produzida nacionalmente, de acordo com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa é uma estratégia do Ministério da Saúde para a prevenção da meningite no país. Entre 2009 a 2021, houve o registro de 219.342 casos pela bactéria meningococo.
Além desse tipo, existem outros dois agentes bacterianos: a pneumococo e a Haemophilus influenzae tipo b. Todos têm uma taxa de mortalidade alta, em torno de 70%, e há imunizantes dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Desde 2020 no PNI, a vacina previne contra os quatro principais sorogrupos de meningite meningocócica.
Dentro do PNI, o imunizante da meningocócica ACWY conjugada é orientado para adolescentes entre 11 a 14 anos de idade, em dose única. Além desse, há outra recomendação para as crianças. O esquema vacinal deve ser feito em duas doses para a vacina meningocócica C conjugada, uma aos três e outra aos cinco meses de idade, além de um reforço quando o bebê fizer um ano de vida.
A Fundação Ezequiel Dias (Funed), que tem a expertise na produção da vacina meningocócica C, junto ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), que detém o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina, produzirão juntos com a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), empresa detentora da patente, o insumo em território nacional.
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“A vacinação é uma das principais estratégias de intervenção em saúde pública e o Programa Nacional de Imunizações é uma referência para América Latina e para o mundo. A missão institucional de Bio-Manguinhos é contribuir com as demandas nacionais tanto de vacinas, quanto de kits para diagnóstico e biofármacos. Essa vocação nos faz buscar participar ativamente de parcerias que venham a contribuir para o crescimento e o fortalecimento do SUS”, explicou Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz.
A medida é uma integração das competências das organizações que fazem parte do Complexo Econômico Industrial da Saúde (Ceis), responsável pelos laboratórios públicos brasileiros, já que as instituições nacionais podem finalizar a produção dos imunizantes com a rotulagem e embalagem dos produtos, após receberem insumos da farmacêutica.
“Nesta fase, o controle de qualidade também é feito nacionalmente. Toda a transferência da tecnologia conta ainda com mais duas etapas de internalização de processos produtivos, que envolve o processamento final, com a formulação, envase e inspeção, além da última etapa de produção do IFA da vacina, com a nacionalização completa da produção do imunobiológico”, explica a nota da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).