Jornal Correio Braziliense
Em animais selvagens

Brasil confirma primeiros casos de gripe aviária em duas aves silvestres no ES

Duas aves foram encontradas no litoral do Espírito Santo, na semana passada, em cidades diferentes. Segundo comunicado do ministério emitido nesta segunda (15/5), casos não devem afetar a produção

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta segunda-feira (15/5), os primeiros casos de gripe aviária em território brasileiro. A doença foi identificada em duas aves selvagens, conhecidas popularmente como trinta-réis-de-bando, no litoral do Espírito Santo. Os animais foram resgatados a uma distância de 130 quilômetros um do outro. Segundo o ministro Carlos Fávaro, por serem aves selvagens, não há risco de restrições comerciais, e a situação foi controlada rapidamente. 

"Nós tomamos todas as providências. Quero agradecer ao governador Renato Casagrande (PSB), as suas equipes das secretarias estaduais que, conectadas com o Mapa, foram ágeis na coleta dos animais e na confirmação do laboratório", explicou Fávaro em vídeo divulgado nas suas redes sociais.

"Quero dizer ao mercado, à ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) em especial, à indústria de carnes de aves, que não há risco de qualquer tipo de restrição comercial, porque são aves silvestres. O sistema está funcionando, mas nós temos que dar clareza, transparência, e agilidade para continuar com o nosso sistema de defesa sendo reconhecido como eficiente para os nossos produtores", acrescentou o ministro.

A investigação dos casos teve início na quarta-feira passada (10), com as duas aves localizadas no município de Marataízes e outra em Vitória. As amostras coletadas foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), que confirmou se tratar de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1. Foram os dois primeiros casos de IAAP registrados no Brasil.

Setor não deve ser afetado

Segundo a pasta, a descoberta dos casos não afeta o status do Brasil como país livre da doença. Atualmente, o mundo passa pela maior pandemia da IAAP, e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.

"A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo Mapa e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação de IAAP e proteger a avicultura nacional", frisou o ministério, que anunciou ainda a intensificação das campanhas de conscientização e ações de combate à gripe aviária. 

A doença pode ser transmitida para humanos pelo contato direto com as aves infectadas, vivas ou mortas. O consumo de carne e ovos, porém, não causa o contágio. O ministério alerta que, ao avistar aves doentes ou mortes, deve-se acionar o serviço veterinário local e não tocar ou remover os pássaros.