O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decretou, na terça-feira, durante audiência de custódia, a prisão preventiva de Marcelo Valverde Valezi, de 52 anos, e de Roberta Porfirio de Sousa Santos, 41. O casal foi preso no Tatuapé, na zona leste da capital paulista, na segunda-feira, dentro de um carro com uma criança de dois anos, que havia desaparecido há mais de uma semana em Santa Catarina.
O bebê foi localizado pela Polícia Militar (PM) de São Paulo com Marcelo e Roberta, que foram presos em flagrante por tráfico de pessoas. "Em audiência de custódia, eles tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva", disse o TJ-SP.
A criança tinha sido vista pela última vez em 30 de abril, em Florianópolis. No dia 5 de maio, um boletim de ocorrência foi registrado pela família do menor. Desde então, a polícia catarinense apura o caso.
Conforme a investigação, os agentes chegaram até os suspeitos após serem informados, pelo setor de inteligência da polícia, que um carro envolvido em ação criminosa estava circulando pela região do Tatuapé. O carro, um Hyundai Creta branco, foi localizado com auxílio do sistema de monitoramento Detecta na Avenida Conselheiro Carrão.
A PM passou a acompanhá-lo de longe e realizou a abordagem no Tatuapé. Não houve perseguição. No volante, estava Marcelo. No banco de trás, Roberta e o bebê, acomodado em uma cadeira apropriada para a idade.
A Polícia Civil de Santa Catarina investiga como a mulher teria pegado o bebê em São José, na região metropolitana de Florianópolis, e levado para São Paulo. A participação do homem, suspeito de fazer a intermediação do contato entre ela e a mãe da criança, também está sendo apurada.
"Quando os vidros se abaixaram, e nós localizamos o casal e a criança, tomamos todos os cuidados para não assustar o bebê. Até achei que podia ser algum engano", disse o sargento Márcio Roberto dos Santos, que participou da abordagem ao casal.
Certidão
Conforme disse o policial, Roberta relatou que era responsável pelo bebê e disponibilizou a certidão de nascimento original da criança. "Quando perguntamos onde estavam indo, ela disse que tentaria a adoção da criança", afirmou. Roberta não tem nenhum processo criminal, mas Marcelo, que a teria ajudado, já foi indiciado por lesão corporal, segundo a PM.
Ainda na segunda-feira, a criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar de São Paulo, onde aguarda decisão da Justiça para ser entregue aos parentes em Santa Catarina. Com relação ao bebê, o TJ-SP afirmou que foi determinado o acolhimento institucional até que as circunstâncias do caso sejam mais bem apuradas. "Também foi determinada a citação da genitora e do casal com quem a criança se encontrava, para que apresentem defesa", salientou o tribunal, em nota.
No Instagram, o humorista Juliano Gaspar, tio da criança, compartilhou informações e foto do sobrinho na tentativa de ajudar nas investigações. "Minha irmã, mãe dele, está internada e não consegue dar informações de onde o deixou ou quem ficou com ele. Qualquer informação sobre seu paradeiro pode ser enviada aos números do post", publicou ele, no sábado passado.